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Família e fãs distantes prestigiam estreia de Aloísio

Ninguém ousa dizer que Aloísio Chulapa é um jogador impaciente. Em um esporte cada vez mais descartável como o futebol, em que os atletas trocam de clube como se troca de roupa, poucos teriam esperado 91 dias para poder estrear uma nova camisa.

Passada a frustração de ter aguardado em vão a liberação do departamento jurídico do clube para jogar, o atacante se rendeu ao tempo. Após deixar o o Al-Rayyan, do Catar, para retornar ao futebol brasileiro, o atacante mostrou ter paciência de Jó ao esperar a abertura da janela de transferências internacionais que ocorreu na última segunda-feira. Para isso, engoliu seco a ansiedade e apelou para a maturidade dos seus 34 anos para esperar a sua hora chegar.

Confirmado no banco de reservas no jogo de sábado contra o Campinense, às 16h10 , em São Januário, Aloísio é uma alegria só.

– Foi uma longa espera. Três meses sem jogar, só treinando fisicamente, de manhã e à tarde. Não aguentava mais olhar para a cara dos preparadores físicos – disse, sorridente, sem disfarçar o carregado sotaque alagoano.

Nem o fato de começar na reserva consegue estragar o grande dia. Apesar de ser um dos seus admiradores, o técnico Dorival Júnior preferiu agir com cautela, já que o jogador não disputa uma partida oficial há mais de três meses. Mas é certo que ele vai entrar no decorrer do jogo.

– Não tenho o que esconder. O Elton inicia a partida. Escalar o Aloísio de início seria um risco grande. Ele vai entrar de acordo com uma previsão que fizemos– garantiu o técnico. – O jogador mostrou um certo receio. Com uma sequência de jogos, vai conseguir a melhor forma.

No treinamento recreativo de sexta, o atacante não cabia em si. Mesmo para um veterano como ele, o dia da estreia ainda lhe dá um friozinho na barriga.

– A ansiedade é grande. É um jogo importante em um clube de muita história em que já passaram grandes ídolos – pondera o atacante, que se derrete todo ao falar do clube. – É uma honra vestir a camisa do Vasco. Foi o meu coração que me trouxe aqui.

Tamanha admiração pela camisa do clube não passa despercebida pela torcida.

Fã-clube particular

Mesmo longe das quatro linhas, o atacante é um dos mais requisitados para fotos e autógrafos no final dos treinos. Carinho que às vezes vem de muito longe. Na última quinta-feira, no Vasco-Barra, Aloísio recebeu a visita de um conterrâneo. O torcedor Cedílson Amorin, 28 anos, deixou a pequena Santana do Ipanema, no sertão alagoano, para ver de perto o ídolo.

– Ele é fera, uma grande goleador. Vim de muito longe para ver a sua estreia e sei que não vou me arrepender – disse o torcedor, que mora perto da cidade onde o jogador nasceu, Atalaia.

Outro fã especial veio também de muito longe.

– Ele é um grande artilheiro e vai ajudar muito o Vasco. A começar por sábado. Pode colocar aí: vamos ganhar de quatro e ele vai fazer o dele – diz, confiante, o vascaíno João Paulo Leite, de 16 anos, que mora em Manaus.

O entusiasmado Cedílson e João Paulo não serão os únicos a engrossar a torcida particular do atacante. Assim como eles, seus familiares deixaram a distante Atalaia para incentivar o jogador, esta tarde, em São Januário.

– Vem uma turma grande, minha mãe, meu irmão e não vejo a hora de jogar.

Exemplo dos companheiros

Neste longo período longe dos gramados, Aloísio teve tempo de sobra para interagir com os novos companheiros. O seu notório bom humor o aproximou ainda mais dos mais jovens. Piadista nato, sempre é o centro das rodinhas dos companheiros e é muito respeitado.

– Ele é um vitorioso, jogou em grandes clubes, conquistou muitos títulos, mas não perde a humildade. É um exemplo para a gente – garante o lateral-esquerdo Pará, que se declarou fã do atacante desde os primeiros dias no clube.

O capitão Carlos Alberto é outro que não disfarça a admiração pelo companheiro, que, como ele, exercer uma liderança nata no grupo.

– Ele está muito bem e com muita vontade de jogar. O Vasco, com certeza, vai ganhar muito com a entrada do Aloísio. E vai aumentar a competição no ataque.

Nem a forte concorrência no setor tira Aloísio do prumo. Neste sábado, ele disputa uma das vagas no ataque com Elton, Adriano, Edgar, Alan Kardec, Robinho e Rodrigo Pimpão. Mas mesmo assim o discurso de sábado é o mesmo de quando chegou: sempre elogiando os companheiros e se colocando à disposição.

– O importante é o Vasco estar bem servido de atacantes. E isso o Vasco tem. Principalmente com o Elton, que vem fazendo muitos gols importantes – ressalta Aloísio. – Se ficar no banco, vou ficar feliz e torcendo para ele fazer os gols. O importante é o Vasco ganhar.

Mas, pelo discurso do treinador, será justamente Elton o seu novo companheiro de ataque.

– Acho que é possível os dois jogarem juntos. O Elton, apesar de estar jogando como atacante de área, fazia uma função diferente no ano passado no Santo André – explica Dorival Júnior, se referindo ao fato de Elton jogar fora da área no ex-clube. – Mas, para isso, a gente precisa treinar antes e ver como os dois vão se sair juntos.

Mas para ser titular do ataque, Aloísio terá que fazer o que a torcida mais espera dele.

– Sei que os gols vão sair na hora certa, mas o mais importante é ajudar a colocar o Vasco, no final do ano, no lugar de onde ele jamais deveria ter saído – aposta.

Fonte: Jornal do Brasil
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