As boas notícias da manhã desta terça-feira deixaram os vascaínos animados e mudaram o panorama inicial projetado pelos médicos responsáveis por conduzir a recuperação de Ricardo Gomes. Apesar de ratificarem a ideia de que o estado de saúde do treinador ainda é grave, os doutores mostraram um otimismo até então inimaginável. Empolgado com o novo diagnóstico, Fábio Miranda, clínico-intensivista e responsável pelo CTI, acredita que o treinador pode voltar a comandar o time do Vasco a beira do gramado.
\"Ainda temos muita coisa para acontecer e sei que ainda é cedo para falar, mas, do jeito que a recuperação anda, tenho a esperança muito grande de que ele possa retomar suas atividades normais. Acredito que ele possa voltar a ser treinador\", destacou o médico.
A declaração de Fábio Miranda certamente poderia encher o torcedor de esperança em ter o comandante cruzmaltino de volta a beira do campo, entretanto, segundo apurou a reportagem do UOL Esporte, esse não é o desejo da família. Ainda muito abalados com o corrido, esposa e filhos não pretendem ver Ricardo Gomes exercendo a função de técnico de futebol novamente, ainda que se recupere totalmente do AVC sofrido no último domingo, durante o clássico entre Vasco e Flamengo.
Ainda que a palavra final seja do treinador, a ideia dos familiares é que Gomes participe apenas dos bastidores do futebol, como um possível cargo executivo que o deixe mais afastado do estresse do dia-a-dia.
Relembre o caso de Ricardo Gomes:
No segundo tempo do jogo contra o Flamengo, no dia 28, Ricardo Gomes passou mal e foi levado ao Hospital Pasteur, onde foi diagnosticado com AVC hemorrágico. O técnico foi submetido a uma neurocirurgia para drenagem do hematoma cerebral, que tomava 70% de seu cérebro, e controle da hipertensão intracraniana. O procedimento, que durou cerca de três horas, foi realizado com sucesso pela equipe do neurocirurgião José Antonio Guasti e com o suporte clínico do médico Fábio Miranda. A tomografia computadorizada no pós-operatório imediato foi bastante satisfatória, mostrando que o hematoma foi totalmente removido e a pressão intracraniana mantida sob controle. Os médicos esperavam as 72 horas após a cirurgia para retirar os sedativos e analisar se o comandante cruzmaltino terá alguma sequela na fala ou na motricidade do lado direito.