Parentes do torcedor Davi Rocha, de 27 anos, morto após briga no clássico entre Vasco e Flamengo, sábado à noite, em São Januário, foram ao hospital Souza Aguiar, na manhã deste domingo, para reconhecer o corpo do familiar. Irmão da vítima, Carlos Henrique Rocha, de 35 anos, disse não saber se o irmão participava de alguma torcida do Vasco, clube pelo qual torcia. "Falei com ele ontem, estava animado para ir ao jogo, era o jeito dele", afirmou.
Fabiana Santos, de 32 anos, prima de Davi, disse que a mãe da vítima passou mal ao receber a notícia e foi levada para um hospital. Ela disse que ficaram sabendo da notícia da morte do parente através do Whatsapp. "A pessoa sai de casa para e divertir acontece essa brutalidade. Ele não costumava ir aos jogos, mas aproveitou uma folga para ir a São Januário".
Ela ainda reclamou da demora na transferência do corpo de Davi para o Instituto Médico Legal (IML). "Queremos que o corpo seja liberado logo, é muita burocracia, ele está aqui desde ontem à noite", lamentou. Davi morava em Santa Cruz, na Zona Oeste. A morte dele está sendo investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH).
Outras três pessoas ficaram feridas na confusão após o clássico. O incidente ocorreu perto do portão 9 de São Januário, minutos após o fim do jogo. Davi foi baleado no tórax e chegou a ser levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, mas já chegou ao local sem vida.
Mais dois torcedores foram levados à unidade vítimas de ferimentos à bala nas pernas, mas estão com o quadro estável e não correm risco. Outro torcedor, ferido com estilhaços de vidro, também deu entrada no hospital.
Depois do jogo, além da confusão dentro do estádio, houve confrontos no entorno de São Januário, com grupos de torcedores do Vasco tentando agredir a Polícia Militar com pedras e garrafas. Para evitar um caos ainda maior, a torcida do Flamengo ficou retida dentro de São Januário.
Confusão começou dentro do estádio
Após o apito final de Anderson Daronco, torcedores vascaínos passaram a jogar muitos objetos no gramado e alguns ameaçaram invadir o campo. Os jogadores do Flamengo e a arbitragem, preocupados, permaneceram no centro do campo, protegidos pelo policiamento que atuava dentro do estádio. "Isso aí é perigoso. Aí no meio tem criança. É triste demais", lamentou Éverton, em entrevista ainda no gramado. A PM atirou bombas de efeito moral em direção às arquibancadas para dispersar os mais agressivos e a correria tomou conta do estádio.
Durante o intervalo, os vascaínos que estavam próximos às cordas que dividiam as torcidas já haviam provocado a ação da PM, que lançou spray de pimenta para conter os mais agressivos. Além disso, um torcedor do Vasco que tentou invadir o campo, depois do gol do Flamengo, pulando a proteção acrílica que separa o gramado, ficou ferido e teve que ser atendido no local.