Futebol

Federações devem mudar calendário e reforçam disputa política com CBF

Desde o lançamento do Bom Senso F.C., na terça-feira da semana passada, algumas federações estaduais admitiram fazer mudanças em seus campeonatos de futebol. No entanto, essa articulação não pode ser vista puramente como uma vitória do manifesto de atletas. A movimentação das entidades regionais é um exemplo de como todos os principais assuntos do futebol brasileiro têm sido usados ultimamente como parte de disputa política na CBF.

A entidade que comanda o futebol nacional fará eleição presidencial em abril do próximo ano. O candidato da situação será Marco Polo del Nero, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol) e um dos maiores responsáveis pelo inchaço das competições regionais.

A oposição ainda não definiu candidato, mas já começou a se articular. As cinco federações que estão mais distantes de Del Nero e de José Maria Marin, atual presidente da CBF, são as instituições que representam Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Na sexta-feira, três dias depois da publicação do manifesto de atletas, a Ferj (Federação Estadual do Rio de Janeiro) puxou a fila. A entidade reformulou o modelo de disputa do Estadual, abriu mão de realizar dois turnos e reduziu o certame já para a próxima temporada.

A FGF (Federação Gaúcha de Futebol) também admitiu intenção de fazer algo similar. No entanto, como alterou o regulamento neste ano, a entidade será obrigada pelo Estatuto do Torcedor a postergar para 2015 a discussão sobre o modelo de disputa.

A ideia da FGF é que o Campeonato Gaúcho de 2015 tenha apenas 12 times e ocupe menos datas. A edição de 2014 contará com 16 clubes.

No Paraná, o presidente da FPF (Federação Paranaense de Futebol) também admitiu rever o calendário do próximo ano. O tema será discutido em arbitral de clubes ainda neste mês.

O que reforça a ideia dos paranaenses é que o Atlético-PR já não tem qualquer apreço pelo Estadual. Em 2013, por exemplo, a equipe rubro-negra disputou a competição com um time sub-23 e priorizou a preparação para o restante da temporada.

Do grupo que inicialmente é oposicionista na CBF, apenas Bahia e Minas Gerais não manifestaram interesse de mudar os Estaduais. E isso só acontece porque as duas federações já trabalham com competições menores.

O Campeonato Mineiro, tratado como exemplo por outras federações, tem 12 participantes e ocupou 15 datas em 2013. Em São Paulo, por exemplo, o Estadual se estendeu por 23 datas.A temporada do Campeonato Baiano é um pouco mais extensa, mas a participação dos times grandes é reduzida em função da Copa do Nordeste.

Entre as federações que são situacionistas, nenhuma falou abertamente até o momento sobre mudanças no Estadual. A que chegou mais perto disso foi a de São Paulo, que terá reunião de clubes em outubro.

"Quem decide são os clubes. Só quando fizermos essa reunião é que poderemos falar alguma coisa", explicou Reinaldo Carneiro Bastos, vice-presidente da FPF. A reunião de clubes ainda não tem data oficial. A marcação do evento depende do retorno de Marco Polo del Nero, que está viajando.

Fonte: UOL Esporte
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