Felipe foi discreto na vitória do Vasco contra o Palmeiras

Um jogo de somente um gol, decidido quase no fim de bola parada pelo reserva Bernardo, foi o reflexo da pouca inspiração de meias a atacantes de Vasco e Palmeiras, ontem, em São Januário.

As duas principais esperanças de criatividade, Felipe e Valdivia, não estavam em tarde feliz.

Os números mostram a pouca produtividade dos meias. Cada um deu apenas dois dribles. O Mago arriscou só duas vezes a gol, enquanto Felipe chutou apenas uma vez. O palmeirense, no entanto, teve mais controle de bola no meio, com 10 passes certos a mais do que o vascaíno.

Quando chutou por cima do gol e desperdiçou uma chance incrível, aos 14 minutos do primeiro tempo, Valdivia levou as mãos à cabeça, desconsolado, incrédulo. Parecia adivinhar que aquela seria sua melhor oportunidade no jogo. E foi. Depois, ele conseguiu poucas jogadas decisivas. Em sua quinta partida consecutiva—algo que não acontecia desde agosto de 2010 — o Mago brigou bastante, uma de suas características.

Mas sentiu a falta de parceria para as triangulações. No primeiro tempo, subiu bastante em alguns momentos, quase como um terceiro atacante, mas faltou o passe final com Kleber. No fim do jogo, deu bom cruzamento para Maikon Leite, mas o atacante não conseguiu marcar.

Do outro lado, Felipe fez uma partida ainda mais discreta. No primeiro tempo praticamente não apareceu. Não funcionou a dupla formada com Juninho. Estava lento, muitas vezes caminhando em campo. Pouco se aproximou do ataque. Somente a partir da metade do segundo tempo o camisa 6 melhorou. Aos 28 minutos, quando a partida ainda estava empatada, deu ótima bola para Bernardo, um passe sutil de esquerda com marca de sua habilidade.

Com pouca inspiração dos maestros, só um chute certeiro de falta para balançar a rede.

Muitos passes errados no meio

Mesmo com jogadores habilidosos no meio de campo, Vasco e Palmeiras abusaram nos passes errados. O time da casa errou 36 vezes, sendo que o meia Felipe, um dos principais passadores da equipe, liderou o ranking no jogo de ontem. Ele jogou a bola no pé dos adversários seis vezes.

O Palmeiras – que teve mais posse de bola no meio de campo – também exagerou. O time de Felipão errou 32 passes no jogo – cinco vezes com Valdivia, outro jogador conhecido por ser ótimo passador.

Os números da partida mostram também a pouca eficiência das jogadas de ataque dos dois times. Em todo o jogo foram apenas oito finalizações certas, quatro para cada lado. O Palmeiras errou nove finalizações e o Vasco, sete.

Bernardo, o reserva mais titular do time da Colina, ficou pouco mais de 35 minutos em campo e foi quem mais chutou: acertou três vezes o gol, em uma delas a bola entrou na linda cobrança de falta.

No lado palmeirense, o atacante Luan foi quem mais arriscou. Chutou três vezes a gol, sem sucesso.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)