Felipe: "Foi nossa melhor atuação com o Ricardo Gomes"

A vitória fora de casa não foi apenas exigência do técnico Ricardo Gomes. O triunfo contra o Náutico, em Recife, também foi um pedido de aniversário de dois vascaínos ilustres. Do presidente e eterno ídolo Roberto Dinamite, que completou ontem 57 anos. E do humorista Chico Anysio, que celebrou 80 anos na terça-feira. Ambos ganharam o presente desejado. E foi um presente à altura deles. Com ótima atuação, o Vasco venceu por 3 a 0 os pernambucanos. No jogo de volta das oitavas de final, em São Januário, dia 20, o time poderá empatar ou até perder por 2 a 0, que se classificará para as quartas de final.

— Foi a nossa melhor atuação sob o comando do Ricardo Gomes. O time está encorpando — comentou, sorridente, o meia Felipe.

Quem também terminou a noite satisfeito foi o meia Bernardo, autor do terceiro gol, de falta.

— Essa comemoração foi igual a dele — comentou Bernardo, referindo-se a seu pai, Hélio, que jogou no Náutico nos anos 80.

Nas quartas de final, o vencedor do confronto entre Vasco e Náutico enfrentará Bahia ou Atlético-PR, que empataram ontem por 1 a 1 em Salvador. Guerrón marcou para os paranaenses e Camacho para os baianos.

Um futebol envolvente

A festa vascaína nos Aflitos deu os primeiros sinais logo no início. Apesar de enfrentar o Náutico invicto há 12 jogos em casa, com média de quase três gols, o Vasco mostrou em campo tudo o que foi exigido pelo técnico Ricardo Gomes: futebol envolvente, pressão no meio-campo para roubar a bola e muitas chances de gols. Afinal, na competição em que o gol fora de casa tem peso maior no critério de desempate, este era o principal objetivo do time.

Ainda que logo na saída de bola, o goleiro Fernando Prass tenha espalmado cabeçada de Bruno Meneghel, o Vasco não sofreu a pressão esperada por parte do Náutico. Enquanto os pernambucanos iam ao ataque com pouca precisão, a equipe carioca apresentava consistência e consciência com a bola nos pés, sobretudo dos jogadores de meio-campo. Resultado: 15 finalizações vascaínas contra apenas quatro do adversário no primeiro tempo.

Das 15, Dedé tentou uma de cabeça que ficou na trave; Diego Souza parou no goleiro Douglas uma vez; Ramon chegou a encobrir Douglas, mas o zagueiro tirou, e Fellipe Bastos colocou uma bomba na trave. Mas apenas uma entrou: aos 32, com Dedé. O zagueiro aproveitou a cobrança de escanteio de Diego Souza e cabeceou sem chances de defesa.

— Vamos continuar com a tranquilidade — deu a dica o camisa 10, Diego Souza.

O Vasco escutou o meia e mostrou a tranquilidade pedida por ele. Mesmo com certa pressão do Náutico, que precisava minimizar o estrago de tomar gol em casa, o time não se afobou. E, jogando nos contra-ataques, aumentou a vantagem aos seis minutos. Alecsandro, ligeiramente à frente da linha da bola em posição de impedimento, marcou o segundo após cruzamento de Éder Luís.

Minutos depois o atacante foi substituído por Bernardo, aplaudido pelos dois mil vascaínos presentes em Recife. E o toque final no presente aos torcedores ilustres foi dado pelo meia aos 46, em cobrança de falta perfeita.

Náutico: Douglas, Derley, Wesley, Walter e Airton; Everton, Elicarlos e Eduardo Ramos; Kieza (Élton), Ricardo Xavier e Bruno Meneghel (Rogério).

Vasco: Fernando Prass, Allan, Dedé, Anderson Martins e Ramon; Rômulo, Fellipe Bastos, Felipe (Jumar) e Diego Souza; Éder Luís (Bernardo) e Alecsandro (Leandro).

Juiz: Célio Amorim.

Cartões amarelos: Walter, Anderson Martins e Alecsandro.
Cartões vermelhos: Élton.