De um lado, um lateral-esquerdo promissor. De outro, um meia experiente. O mundo do futebol transformou Felipe de tal forma que o visual está diferente. De igual, a técnica invejável com a perna esquerda, mas os dribles incomparáveis do início de carreira foram substituídos por passes precisos em sua atual fase. A camisa 6 é a única que é igual. Os dois estilos conquistaram a torcida vascaína.
Em 1996, Felipe conseguiu se firmar quando teve uma chance no profissional doVasco e a torcida ficou encantada com a eficiência de seus dribles. O movimento era sempre para o mesmo lado, mas os adversários não conseguiam marcar a jovem revelação. O entrosamento com Pedrinho, das categorias de base, ajudou nesta sua afirmação na equipe principal de Antônio Lopes.
O camisa 6 nunca foi tão veloz, mas mostrava uma técnica apuradíssima para um jovem jogador. Por isso foi convocado para a Seleção, em 1998. A partir daí, começou sua transformação. Não demoroumuito para o jogador ser deslocado para o meio, para jogar de segundo volante.
Nem por isso deixou de ser chamado para jogar pelo Brasil.
No entanto, o técnico Abel Braga, em 2004, no Flamengo, resolveu testá-lo no ataque, ao lado de Jean. O resultado: uma nova convocação para a Seleção, desta vez como apoiador.
O fato de Felipe ter se destacado por todas as posições nas quais passou não é surpresa para Abel.
Ele tem facilidade para driblar e coloca a bola aonde quer. O Felipe é um dos jogadores mais geniais com quem trabalhei disse Abel Braga.
Hoje, com 33 anos, o camisa 6 pode não ter o mesmo fôlego de garoto, mas fica solto em campo e faz a bola correr por ele. O camisa 6 acredita que esteja evoluindo até hoje e não sabe quando isso vai parar.
Vou jogar até quando der. Se continuar desta maneira, acredito que vou durar pormuito tempo ainda finalizou Felipe.
Critério técnico afastou Felipe no início do Carioca
A reviravolta que Felipe deu em São Januário do início do ano para cá foi impressionante. O jogador foi um dos mais perseguidos pela torcida cruz-maltina na série de quatro derrotas seguidas no começo do Carioca. Ao lado de Carlos Alberto, ele chegou a ser afastado pela diretoria vascaína por critério técnico, segundo o presidente Roberto Dinamite.
Xingado pela torcida, Felipe chegou até mesmo a pensar em deixar São Januário e o Avaí até mesmo formalizou uma proposta ao atleta.
No entanto, logo após o clássico contra o Flamengo,Felipe foi reintegrado e voltou ao elenco na mesma época da chegada de Ricardo Gomes a São Januário.
Sob a tutela do novo treinador, Felipe voltou a mostrar um bom futebol. O meia, inclusive, associou seu crescimento com o trabalho da atual comissão técnica.
Melhorei muito na parte física. Estou me sentindo bem desde o clássico com o Botafogo. O Ricardo, além de ser um excelente profissional, tem bons profissionais ao seu lado ressaltou o camisa 6.
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)