Nova temporada, nova chance de buscar o acesso à Série A-1 do Brasileirão Feminino. Para o Vasco, o desafio começa neste domingo, às 15h (de Brasília), em duelo contra o América-MG pela primeira rodada da Série A-2. No ano passado, a equipe ficou pelo caminho ainda na primeira fase, eliminada após confronto decisivo com o Real Brasília, na última rodada da fase de grupos.
Em 2020, com a paralisação do futebol imposta pela pandemia, o técnico Antony Menezes teve que se desdobrar com rotinas online de treinamento. Ao ge, o comandante do Vasco relembra o impacto na parte física das atletas e as dificuldades da chave.
- O grupo em 2020 era muito forte e duas equipes da nossa chave conseguiram o acesso à Série A-1 (Real Brasília e o vice-campeão Botafogo). Na ocasião, nossa preparação havia sido muito curta, com poucas sessões de treino. E a parte física não foi a ideal para suportar adversários que investiam alto na modalidade - analisa.
O condicionamento foi um dos principais pontos da preparação do Vasco para 2021, visando diminuir a diferença para equipes adversárias na parte física. Além do América-MG, adversário da estreia, o grupo do Vasco ainda tem Athletico-PR, Brasil de Farroupilha-RS, Chapecoense e Ponte Preta.
- As expectativas sempre são as melhores pela qualidade do que foi treinado, principalmente nos trabalhos de força física, em que fomos muito superados no passado. Como a CBF regionaliza a competição na primeira fase, é normal cair sempre em um grupo muito equilibrado. Serão jogos definidos em detalhes, mas esperamos estar preparados para os jogos com alta competitividade - completa Tony.
Na elite do futebol feminino brasileiro, o alto número de lesões nas rodadas iniciais da Série A-1 ligou um alerta - em uma única rodada, quatro atletas romperam um ligamento do joelho (ligamento cruzado anterior, o LCA). O tempo de recuperação de ao menos seis meses tirou todas do restante da temporada. Nas palavras de Antony, o Vasco buscou amenizar essa preocupação com um trabalho preventivo.
- Infelizmente, não treinamos todos os dias ainda, mas nossa comissão técnica planejou, de forma eficaz, um trabalho preventivo para que isso não aconteça. Ou, quem sabe, para reduzir ao máximo nossas lesões. Algumas atletas sentiram muito nesse retorno e até não participaram de alguns amistosos que fizemos, mas esperamos estar com a equipe completa para a estreia.
O principal teste do Vasco antes da estreia do Brasileiro foi a participação no Carioca 2020/21. O clube chegou até a semifinal, mas foi eliminado pelo rival Botafogo, que conquistou o título sobre o Fluminense.
- Desse Campeonato Carioca eu tiro o espírito de luta e o conjunto que foi adquirido. Apesar das poucas contratações que nós fizemos, elas foram pontuais, e as atletas que chegaram conseguiram entender nossa ideia de jogo - destaca o técnico.
Artilheira do Vasco no estadual, com seis gols marcados, Bebel se destaca - nas palavras da própria - por sua velocidade e seus dribles. Dentro da área, o poder de finalização é um dos pontos fortes da atacante, que revela suas expectativas para mais um início de Brasileiro.
- O Carioca foi muito importante para mim, já uma preparação para o Brasileiro. Me deu uma confiança por eu ter feito alguns gols importantes, que ajudaram a equipe. Minha expectativa é seguir fazendo o que fiz no Carioca, muitos gols para ajudar minha equipe e, junto com as meninas, chegar à final. É nosso maior objetivo.
Para a disputa do Brasileiro A-2, o Vasco manteve a base do elenco que disputou o Carioca. Além disso, o clube acertou com sete reforços, seis vindos do Pérolas Negras: a atacante Dani Barão, a goleira Flor, a meia Diellie, as volantes Iasmim e Simone e a lateral-esquerda Luana.
Dani Barão chega para brigar pela titularidade e está pré-relacionada para o jogo de domingo, assim como Flor e Diellie. A zagueira Bia Cardoso, por sua vez, chegou ao Vasco após passagem pelo Juventus-SP.