Política

Fernando Horta: 'Eurico está com medo de perder para mim'

Até então mais reservado, observando a movimentação da oposição, Eurico Miranda resolveu partir para o ataque. O atual presidente do Vasco disparou denúncias e críticas a Fernando Horta e Otto Carvalho, seus ex-aliados que se uniram em prol de uma candidatura rival para a eleição de 7 de novembro. O cartola, porém, não ficou sem resposta e foi ironizado.

Horta, que em agosto emitiu carta renunciando ao cargo de vice-geral por não concordar com as práticas adotadas pelo mandatário, é o candidato da aliança chamada "Mudança com Segurança". Presidente da escola de samba Unidos da Tijuca, foi chamado por Eurico de "omisso" e "mero assistente".

"Ele não se julga em condições de dirigir o Vasco, ele se diz em condições de derrotar o Eurico [há um outdoor de Horta em que se lê: 'O único capaz de derrotar Eurico']. Agora, de dirigir o Vasco ele não pode se considerar em condições porque nunca participou de cargo nenhum executivo do Vasco. Quando teve a oportunidade de participar, foi omisso. Não atuou, não colaborou, muito pelo contrário. Foi um mero assistente quando participava", alfinetou Miranda à Rádio Metropolitana.

Fernando Horta não deixou barato e, em poucas palavras, ironizou o presidente cruzmaltino.

"Eu ouvi a entrevista e só uma conclusão é possível: Eurico está com medo de perder para mim, por isso está me atacando. Eu me recuso a perder meu tempo com isso", disse ao UOL Esporte.

Em relação a Otto Carvalho, que ainda exerce o cargo de presidente do Conselho Fiscal do clube, Eurico fez denúncias envolvendo familiares do dirigente. De acordo com Miranda, Otto iniciou a ruptura ao ter negado um suposto pedido para que seu genro fosse efetivado de médico da base para o profissional.

"Ele [Otto] me fez um pedido: 'Gostaria que meu genro que trabalha na base passasse para o profissional'. Em relação a esse profissional, tenho as melhores referências, mas minha atitude foi a seguinte. Eu disse a ele: 'Ali tem um vice-presidente médico [Egas Manoel]. Você o procura, leva sua reivindicação e, se ele achar possível, você pode contar que não tenho absolutamente nada contra'. Só que este cidadão [Otto] tinha procedido de forma totalmente errada, procurando outras pessoas que compõem o departamento médico, tentando influenciar e, quando chegou no vice-médico, o Egas disse que, para subir este profissional, teria de mandar outro embora e ele não queria fazer isso. A partir daí, o comportamento deste cidadão mudou radicalmente. Começou a criar uma série de situações de que o Vasco estava sendo mal conduzido e partiu para isso. Para fazer a chamada oposição", disparou Miranda.

Procurado pela reportagem, Otto se defendeu das denúncias, considerando os ataques de Eurico "infantis". O aliado de Horta ainda frisou que seu genro já havia trabalhado no clube antes do retorno de Miranda e que ele não tem interesse de se transferir para o profissional agora.

"Lamento e acho ridículo que o Eurico tenha partido para esse lado e considero sua atitude até infantil, mas se eu o conheço, sei que ele está fazendo isso porque está preocupado com a possibilidade de perder a eleição. Meu genro é médico da base do Vasco. Quem primeiro o contratou foi o Pedro Valente [ex-vice-médico], em 2006, como estagiário, e ele trabalhou até 2008. O Egas já tinha trabalhado com ele e, quando entrou, meu genro estava no Botafogo. O Egas, então, perguntou se ele queria voltar, e ele voltou. Sem dúvida nenhuma não me meto porque não sou médico, mas ele é excelente, o único de base do Rio convocado para a seleção brasileira (sub-15). Isso foi uma questão de departamento médico. Na época do Jorginho (ex-técnico), mandaram ele se apresentar e no dia falaram que mudou. O doutor Tiago nem tem interesse de ir para o profissional agora", disse Otto ao UOL Esporte, dando sua versão sobre o rompimento com o presidente:

"O meu rompimento, na verdade, claramente foi após a divulgação do balanço financeiro. No primeiro ano eu apoiei o Eurico Miranda e até reconheço toda a dificuldade quando ele assumiu o Vasco, mas no segundo ano tinha de andar. Eu falei para ele: 'Vamos agora colocar transparência, divulgar um balanço trimestral, contratar uma auditoria mais conceituada...'. Mas não foi cumprido. Se o Vasco fosse um clube normal eu até poderia renunciar, mas eu, na verdade, sou o presidente do Conselho Fiscal. Eu não posso trair o Vasco. Eu tenho que servir o Vasco e fiscalizar. Os conselheiros, aliás, não deveriam ser do Eurico e, sim, do Vasco. As contas do Vasco estão atrasadas há um ano".

Além de Eurico Miranda e Fernando Horta, estão lançados como candidatos o médico Alexandre Campello e o executivo Julio Brant, ambos de oposição.

Fonte: UOL Esporte
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