Após o empate diante do Palmeiras na última terça-feira (26/01), a equipe vascaína foi passar o resto da semana treinando em Atibaia, interior de São Paulo. Direto de São Paulo, o goleiro Fernando Miguel concedeu uma entrevista que foi transmitida pela VascoTV, nesta quinta-feira (28). O camisa 1 falou sobre a relação de Vanderlei Luxemburgo com o grupo e disse que ele trouxe muita confiança para o elenco, nessa reta final de campeonato.
– A relação com o Vanderlei já é construída desde a temporada passada. Quando chegou o momento era mais ou menos parecido com esse, porém ele chegou mais no início do Brasileiro. E teve mais tempo para colocar em prático tudo aquilo que imaginava e que precisava para fortalecer as lideranças que precisam ser fortalecidas. Esse é um momento que essa parceria que traz essa identificação, onde ele já conhece o grupo lá de trás, precisa ser mais prática e certeira. São poucos jogos que temos, e ele chegou num momento muito delicado. Ele trouxe bastante segurança, confiança, validou a liderança – disse o goleiro.
Repleto de jovens atletas no plantel, o Vasco tem hoje um dos elencos com a menor idade média entre os times do Campeonato Brasileiro. Com 35 anos, justamente Fernando Miguel é o atleta mais experiente do grupo. Questionado sobre a experiência que passa aos mais jovens, o goleiro disse que além dele, outros atletas como o capitão Leandro Castan, também fazem esse papel. Valorizou ainda a forma como Vanderlei Luxemburgo implanta seu tipo de trabalho.
– Claro que não é só minha e do Castan, há muitos jogadores que podem compartilhar e dividir com os mais jovens as responsabilidades. Ele faz um trabalho de valorização de todos, dá liberdade e responsabilidade para tomar decisões, mas ao mesmo tempo cobrando responsabilidade com todo o processo que envolve esse momento da temporada. É um momento em que não podemos vacilar. Esse conhecimento que ele tem sobre a gente é fundamental nesse momento.
Desde a chegada do técnico Vanderlei Luxemburgo, o rendimento da equipe vem melhorando gradativamente. Segundo Fernando Miguel, isso se deve pela união de todos os atletas e funcionários, que acreditam na capacidade do trabalho apresentado. Disse ainda que o comandante circula por todos os setores do clube, para colocar cada um fazendo sua função, sem comprometer os aspectos físicos e emocionais dos atletas.
– Vou falar da nossa realidade, temos limitações e dificuldades claras para todos que nos acompanham nos últimos anos. O Vanderlei é um profissional que circula em todos os setores do clube. Ele posiciona todos no clube em seus devidos lugares para que a gente consiga ter melhora de rendimento seja no aspecto físico ou emocional. Todos se envolvem com isso. Talvez seja um ponto-chave para mudança. Ele tem a liberdade e confiança de todos. Tem respeito e credibilidade de todos. Tudo que ele faz é validado por todos. A gente espera e vai lutar até o final por permanecer na Série A. E quem sabe se livrar o mais rapidamente possível e pensar num novo panorama.
Confira outros trechos da entrevista:
Grandes defesas exibidas antes no início da coletiva
– Fico feliz de ver esses momentos que foram bons no Brasileiro, mas precisamos seguir trabalhando para ter essas ações nos jogos e para ajudar a equipe a confirmar a permanência na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro.
Apoio da torcida nas redes sociais
– Eu, como atleta, sempre vou sentir a falta do torcedor no estádio. Aqueles que dizem o contrário não vivem a paixão que a gente deveria viver no futebol. O torcedor faz muita falta, quer nos momentos bons ou nos momentos de cobrança para a equipe evoluir e melhorar dentro da partida. Eu sinto muita falta de um estádio vibrante, ainda mais em São Januário, e a torcida do Vasco como é. Sempre cobrando e incentivando na mesma medida.
– Não sou muito ligado às mídias digitais, acabo vivendo fora delas para me concentrar no meu dia a dia. De alguma forma sempre chega o apoio, seja nas ruas, onde as pessoas mandam boas vibrações e boas energias. E o Vanderlei trabalha muito bem com isso. E ele faz com que todos acabem se olhando e apontando para o mesmo sentido. A importância que todos têm: jogadores, diretoria, torcida e comissão são fundamentais para revertermos o panorama que a gente vive.
Confraternização em Atibaia
– Vanderlei idealizou esse momento nosso em Atibaia na semana passada diante desse jogo do Palmeiras. Vanderlei domina muito essa questão de psicologia e da importância de ter o pessoal focado e concentrado. Está sendo muito bom, e a gente espera fazer um grande jogo com o Bahia, adversário que luta pelo mesmo objetivo que o nosso. Cada dia juntos é importante para estarmos mais afinados para fazer um grande jogo e, consequentemente, conquistar uma grande vitória em São Januário.
Vasco propondo o jogo novamente com Luxa
– Vai muito daquilo que o Luxemburgo conhece a nosso respeito e da nossa capacidade para desenvolver esse estilo de jogo e fazer uma saída mais construída. Ele também cobra que a gente perceba a necessidade de sair com uma bola mais longa, e isso foi validado. Essa questão de construir um jogo mais vistoso passa por essa confiança e por essa troca que a gente tem com ele. Ele vai dar confiança desde que seja com segurança.
– A mudança de comportamento é notória por todos que nos acompanham. A gente espera conseguir melhorar ainda nesse aspecto, e as equipes vão nos observando e buscam formas de bloquear nosso estilo de jogo. A confiança está muito boa.
Oscilações de Miguel no Vasco
– As circunstâncias formam as opiniões. Os últimos anos do Vasco têm sido difíceis, sempre lutando contra o rebaixamento. Acredito que assim como vivi muitos bons e grandes momentos na equipe, que foram fundamentais para atingir objetivos mínimos, eu também oscilei para baixo. É normal uma equipe que lute contra o rebaixamento exponha os atletas. É natural essa confiança, tenho mais de 120 jogos pelo Vasco. Ao mesmo tempo que existe a cobrança, há a confiança. Para ser bem prático: assim como vivi momentos de oscilação para baixo, eu vivi grandes momentos com a equipe.
Como evitar surpresas contra o Bahia, a exemplo do ocorrido diante do Coritiba?
– Acredito que o Coritiba nos surpreendeu com a forma que vieram jogar, não conseguimos ter uma noite feliz no desenvolvimento de jogo. No segundo tempo já foi um jogo em que os sufocamos mesmo com um jogador a menos, talvez pudéssemos ter uma sorte melhor. Coritiba também surpreendeu o Fluminense e o São Paulo na vice-liderança.
– Precisamos encontrar soluções quando somos surpreendidos nas partidas. Nos serviu de lição para que tivéssemos capacidade de leitura de percepção dos jogos para quando as equipes têm mudança de postura. Estamos nos preparando para não sermos surpreendidos pelo Bahia, que teve um investimento alto, mas está lutando pelo mesmo objetivo que o nosso time.