Goleiro titular do Vasco, Fernando Miguel contou que pensou em abandonar o futebol em certo momento de sua carreira, quando deixou o Esportivo (RS) no fim de um campeonato estadual e não tinha contrato com nenhum outro clube.
"Eu tive uma passagem pelo Esportivo, não tive nenhuma lesão, acabou o meu contrato e aconteceu comigo o que acontece com muitos atletas do futebol brasileiro depois dos regionais: não tinha campeonato para jogar e não apareceu nenhuma equipe para eu ser contratado. Foi aí que eu refleti muito, repensei a minha carreira, repensei a minha vida. Eu tinha muito claro para mim que, se um dia se eu tivesse que fazer outra coisa a não ser jogar futebol, aquele era o momento de iniciar um novo ciclo e um novo rumo para a minha vida", declarou em entrevista ao Bola da Vez, da ESPN Brasil, exibido hoje.
Fernando Miguel contou ainda que chegou a fazer uma entrevista para o cargo de recepcionista em um hotel. O goleiro do Vasco relatou que o dono do hotel, sabendo de sua carreira como jogador de futebol, pediu que ele insistisse na profissão.
"E foi o que aconteceu nesse momento: eu pensei mesmo em desistir e parar de jogar futebol. Fui procurar emprego e ia colocar um ponto final na minha carreira como atleta. Foi quando, para a minha surpresa, eu fui fazer uma entrevista em um hotel para ser recepcionista. Eu falei para o cara que era jogador de futebol e não apareceu nenhum clube, que queria recomeçar minha vida. Aí, no final da entrevista, o dono do hotel falou que eu tinha o perfil ideal para trabalhar com ele, mas não ia me contratar porque eu tinha nascido para jogar futebol e me pediu para aproveitar a próxima oportunidade. Eu vejo a mão de Deus nesse momento", disse.
Problemas no Vasco
Na mesma entrevista, Fernando Miguel falou sobre os problemas vascaínos - notórios, nas palavras do jogador. O goleiro tem uma visão otimista em relação ao clube cruzmaltino e acredita que, aos poucos, o time tem se recuperado.
"Acho que para você pegar e apontar os defeitos do Vasco é muito simples. Os problemas são muitos e são notórios. É preciso separar a questão política do clube, que é histórica, marcante e sempre foi bastante conturbada", disse o goleiro vascaíno.
"Mas vou dar um exemplo simples, talvez possa soar como simples: em 2018, quando a gente chegava no campo para treinar, tinha jogador que, caminhando no campo, tinha fratura, uma fratura no metatarso. Hoje, a gente caminha para (ter) um centro de treinamento do próprio Vasco, em que o clube é responsável por tudo que acontece lá. (...) Os problemas do Vasco não mudam da noite para o dia, a dívida é pública, todos sabem, mas a gente tem visto o empenho do clube em organizar toda essa questão", completou.