Fernando Prass critica, em entrevista à Rádio Manchete, a arbitragem de Evandro Rogério Roman (PR/FIFA) no jogo Atlético-GO 2 x 2 Vasco:
\"No caso, eu não gosto muito de falar de arbitragem. Mas, depois do jogo - o Roman é paranaense e eu convivi com ele alguns anos lá em Curitiba -, eu fui questionar ele o por quê de em um jogo com três expulsões, com o goleiro [Márcio, do Atlético-GO] fazendo o que fez, de cair no chão quatro vezes, de enrolar a batida no pênalti, sair para trocar calção, seis substituições, ele deu dois minutos. Isso não existe. Eu falei que era ridículo. Ele falou \"Não pode reclamar de nada. Olha o que eu dei no jogo\". Eu falei \"Tu deu o que tinha que dar\". Agora, não pode o juiz ficar apitando com o resultado ou de acordo com o que acontece no jogo. Acho que mesmo se um time está fazendo uma partida horrível, o outro time uma partida excelente, e tem um pênalti no último minuto, o juiz não pode, em virtude do outro time teoricamente ser injustiçado por perder a partida no último minuto, contra o time que jogou muito mal, ele não pode avaliar por isso. Ele tem que apitar o que acontece dentro das quatro linhas. Nesse jogo, deveria ter no mínimo uns sete minutos de desconto, fora outras situações que ocorreram dentro da partida. Mas a gente não pode se preocupar com isso, porque quando reclama, tem que pensar e se preocupar única e exclusivamente em jogar futebol.\"
\"O árbitro não pode apitar de acordo com o resultado e com o andamento da partida. Tem que apitar o que acontecer. Ele não pode analisar se um time está jogando melhor ou pior, se o time está sofrendo mais faltas ou não. Ele tem que dar o que acontecer no jogo, porque senão, a regra, que já é interpretativa, agora, se for botar mais esse critério subjetivo, de se o time foi favorecido, se não foi favorecido, se teve dois ou três pênaltis a favor, ou se não teve, vai ficar mais complicado ainda a arbitragem.\"
O ex-árbitro José Roberto Wright comenta:
\"Primeiro, eu acho o seguinte. Eu não tenho como afirmar o que aconteceu. Evidentemente que eu não estava em campo. O Evandro Roman é um árbitro que tem uma postura muito boa, sempre teve uma postura equilibrada. O caso do Fernando Prass reclamar e colocar para o árbitro alguma situação que possa ter ocorrido dentro do jogo, como é o caso que ele fez com relação à recuperação do tempo perdido, que é o tempo do desconto que tem que ser dado, fica difícil. Sinceramente, eu acho meio complicado que um árbitro da postura dele, um árbitro da FIFA, tenha dito que já fez muito pelo Vasco. O Evandro, nessa partida, tecnicamente, todos os lances capitais, ele errou. Ele deu um pênalti que não foi, deixou de dar um pênalti que foi, em cima do Carlos Alberto. Uma falta que, na minha opinião, não ocorreu, mas se ele marcou, teria que ser dentro da área. Teria que ser outro pênalti, e ele colocou fora da área. E, no fim, quando há a cobrança do pênalti, o goleiro Márcio, do Atlético Goianiense, fez tudo que não podia fazer. Saiu do gol - o árbitro já tinha autorizado a cobrança. Depois, quando o Carlos Alberto retornou para cobrar, houve uma invasão generalizada. O goleiro Márcio, ainda acima disso, se adiantou. Ele errou e acertou a favor das duas equipes. No caso da cobrança dessa última penalidade, realmente foi um absurdo, um árbitro da postura dele, da categoria que ele tem, um árbitro que já tem uma boa rodagem no futebol brasileiro, não ver que o Márcio se adiantou. Segundo, está na hora de acabar com essa palhaçada que os goleiros vêm fazendo seguidamente. Quando o jogador vai cobrar o pênalti, ele sai do gol para falar alguma coisa para o árbitro. O árbitro já tinha autorizado. O jogador bate, entra no gol, e acabou, PT saudações. Foi assim com o Fluminense na final da Copa Libertadores. O Márcio, o goleiro do Atlético Goianiense, repetiu a mesma situação no último sábado.\"