Fernando Prass particpou das 75 partidas do Vasco em 2011 e, depois de passar férias em Porto Alegre, se reapresenta nesta quinta-feira junto com os demais jogadores para iniciar o seu quarto ano no clube cruz-maltino. E talvez seja este o princípio de temporada mais promissor desde que o goleiro chegou a São Januário.
- Estou no Vasco desde 2009, e todo início de ano tem sido novo começo. Ruim foi quando a gente se apresentou em 2009, pela situação em que o clube se encontrava. Por tudo o que vem conquistando o time volta forte, é uma responsabilidade muito boa - disse Prass, em entrevista à Rádio Globo.
O goleiro ressalta a importância da manutenção de quase todo o grupo (somente o atacante Elton saiu para jogar pelo Corinthians) e a busca de reforços:
- O Vasco chega forte para 2012, manteve praticamente todo mundo que terminou no ano passado, e ainda vão chegar outras peças. Já chegou o Rodolfo, e estou ouvindo sobre lateral-esquerdo (o Vasco contratou nesta quarta Thiago Feltri) e atacante. O time que ficou entre as quatro primeiras da Copa Sul-Americana, mesmo jogando com alguns reservas em algumas partidas, e única, à exceção do Corinthians, que chegou à última rodada do Campeonato Brasileiro com chances de ganhar o título, com mais duas ou três peças ficará ainda mais forte.
Sobre a possibilidade de repetir o feito da temporada passada, atuar em todas as partidas, Prass já acha difícil conseguir:
- Deixo as coisas acontecerem, entre aspas claro, porque trabalho para jogar sempre. Mas tem lesões, cartões. No ano passado tive a felicidade de não ter nenhuma lesão grave que me impedisse de jogar e espero que este ano aconteça a mesma coisa e atuar o maior número de jogos possível.
A saída do diretor executivo Rodrigo Caetano do Vasco é encarada com tranquilidade pelo goleiro, mas ele ressalta que o profissional que o substituir precisará de um tempo para conhecer bem o clube:
- A saída do Rodrigo é uma coisa normal no futebol. Desde que este cargo profissional foi criado, pois antes era ocupado por um dirigente, um torcedor do clube, que era o vice de futebol, mas com a profissionalização do futebol atingindo essa área também, é normal que um profissional encerre seu ciclo num clube e vá para outro. O Vasco na sua história sempre comprou e vendeu jogador, entrou e saiu presidente, e o Vasco é sempre o Vasco, não se resume a uma pessoa. Um exemplo é o ano passado, quando tivemos algumas perdas e a equipe conseguiu superar. Não diminuindo a qualidade do profissional, mas ninguém é insubstituível. Fora de campo há uma perda, pois por mais que se substitua com a mesma qualidade, o Rodrigo já tinha três anos de clube, ele já conhecia bastidores. O novo diretor, assim como qualquer jogador, sempre leva um tempo para se adaptar.
Como jogou pelo Coritiba, de 2002 a 2005, Fernando Prass foi perguntado sobre Ocimar Bolicenho, que seria o favorito para assumir o cargo de diretor executivo do Vasco:
- Eu o conheço de nome. Foi presidente do Paraná, ocupou este cargo no Atlético-PR, e algumas pessoas até me ligaram de Curitiba perguntando sobre isso, mas como estou de férias, não estou sabendo de nada. A diretoria do Vasco tem um conhecimento muito bom do mercado, está cercada de pessoas competentes para escolher um bom profissional. Ouvi falar do Ocimar, Newton Drumond e Mauro Galvão também.
Mesmo com 33 anos, Prass não abandona o sonho de um dia ser convocado para a Seleção Brasileira:
- Cada ano que passa fica mais difícil, não há como negar, mas fico na expectativa, pois o goleiro consegue atuar em alto nível até 37, 38 anos. E há exemplos, o Casillas, da seleção espanhola, tem dois anos a menos que eu; o Júlio César tem a mesma idade que eu, o Buffon, da italiana, também tem mesma idade que a minha. O goleiro tem uma parciularidade, de jogar em alto nível até uma idade mais avançada. Então, pela idade não vejo impedimento, fisicamente estou muito bem, mas tem a questão de renovação, projetos futuros. Porém, enquanto estiver jogando, vou manter o sonho.
O goleiro do Vasco também falou sobre a aposentadoria de Marcos, do Palmeiras, e elogiou muito o colega de profissão e de posição:
- É um exemplo até porque ele foi um jogador que ficou muitos anos na reserva no Palmeiras e foi titular não tão nov. E ainda conseguiu fazer uma história impressionante no Palmeiras. É um dos principais jogadores da história do clube. Por todas as dificuldades que ele passou, poderia ter alcançado até mais coisas, e olha que ele conquistou uma Copa do Mundo (em 2002), que é o maior título que um jogador pode ter. Mas ele teve muitas lesões, não teve muita sorte nesse quesito. Por tudo isso, é sim, um exemplo para muita gente.