Fernando Prass vem mostrando ser um fominha de bola, o goleiro é o jogador que mais atuou no elenco vascaíno. São 62 jogos no total, ou seja, todas as partidas do time na temporada. Mais do que isso, ele é o atleta que mais jogou no Campeonato Brasileiro, ao lado de Rogério Ceni e Márcio. Entretanto, os dois companheiros de posição foram substituídos em uma determinada partida; Prass não. Até o fim da 30ª rodada, foram 2.700 minutos, sem contar os acréscimos, se dedicando ao time do Vasco. Para o arqueiro, essa vontade de estar sempre em campo vem de um começo difícil de carreira.
- No início da carreira, eu tive problemas. Em 1997, fiquei 11 meses sem jogar por causa de uma operação no joelho. Eu cheguei a ser o sétimo goleiro dos juniores. Em Portugal, no ano de 2005, tive uma lesão no ombro, fiquei dois meses sem jogar e depois outra no joelho, com mais três, quatro meses inativo. Por tudo que passei e pelo clube que defendo, eu tenho obrigação de estar em campo - explicou Prass.
Se computarmos toda a sequência que vem desde o ano de 2010, o camisa 1 vascaíno chega ao expressivo número de 119 partidas seguidas sem dar chance para Alessandro, goleiro reserva. Prass brinca com a situação do substituto imediato.
- A gente brinca que ele está ganhando um salário sem o risco de levar vaias (risos). Falando sério, o que digo ao Alessandro é que eu esperei minha oportunidade e a dele vai aparecer. Deus queira que demore, mas vai ter uma hora em que eu não vou poder jogar - ressaltou o goleiro.
Com a grande chance de conquistar o segundo campeonato nacional no mesmo ano, Fernando Prass sonha em fazer história no clube assim como outros goleiros que passaram por São Januário. Contudo, ele sabe que para isso ocorrer é preciso levantar títulos e ser lembrado como um jogador que se dedicou muitos anos a uma mesma agremiação.
- Ainda falta para chegar ao nível de um Carlos Germano e um Acácio, que fizeram história aqui com títulos e marcas grandiosas. São 300, 500 jogos com a camisa do Vasco. Preciso ganhar mais e ficar mais tempo - avaliou Prass, que diz entender estar na conquista do Brasileirão o trampolim para chegar ao patamar dos ex-goleiros.
- Se conquistarmos o Brasileiro, esse time pode marcar época assim como o Expresso da Vitória e aquele que ganhou a Libertadores. Minha meta é construir essa história - completou.
O capítulo da conquista do título já está gravado em seu sonho mais doce. Prass imagina o time subindo ao pódio e uma pessoal, em especial, erguendo a taça de campeão brasileiro.
- Penso no Ricardo Gomes presente ao Engenhão no último jogo, no pódio ao nosso lado e levantando a taça de campeão - concluiu.