Fernando Prass relembra momentos de 2011, o ano do Vasco

Campeão da Copa do Brasil, vice-campeão do Brasileiro e semifinalista da Sul-Americana. A torcida cruz-maltina viu um bom desempenho do time em 2011. O que os torcedores não podiam imaginar era um começo de ano tão ruim. Nem o goleiro Fernando Prass, que participou dos 75 jogos da temporada, conseguiu resumir a volta por cima.

- Esse ano de 2011 não vai acontecer de novo. Um começo horrível, uma meio de ano maravilhoso e um grande fim de ano também. A gente começou desacreditado. Nos três, quatro primeiros jogos que a gente perdeu, sabia que ia ser difícil.

O Vasco do técnico Paulo César Gusmão custou a decolar no Campeonato Carioca.

- Começou a dar tudo errado. Chegaram a falar em rebaixamento para a Segunda Divisão. O PC é adrenalina pura. É cobrança pura, e chegou numa hora em que já não estava dando mais certo - afirmou o arqueiro.

Com isso, o treinador foi demitido. Ricardo Gomes assumiu a equipe na sexta rodada da Taça Guanabara. Era o começo da guinada na temporada.

- Graças a Deus veio o Ricardo, que conseguiu trazer tranquilidade. Era do que a gente mais precisava - declarou.

O Vasco chegou à semifinal da Taça Rio, perdeu nos pênaltis para o Flamengo, que foi campeão carioca. Terminava a primeira das quatro competições do ano. Uma sequência pesada, cansativa, mas recompensadora.

- Foi uma das partidas mais nervosas que eu vi. De que eu participei, nem se fala. Pensamos: se a gente fizer um, mata eles - declarou Prass sobre o Clássico dos Milhões.

Quase três meses depois, o técnico Ricardo Gomes teve um AVC durante outro duelo contra o Flamengo, agora pelo Brasileirão. Fernando Prass contou o que passou pela sua cabeça na hora:

- Primeiro eu vi a confusão em cima do banco. Pensei até que era alguém de vocês (da imprensa) que estava passando mal e sendo atendido pelos nossos médicos. Aí chegou uma ambulância, e começaram a gritar o nome do Ricardo.

Apesar das ofertas do mundo da bola, o Vasco decidiu manter a filosofia que vinha sendo implantada. No lugar de um técnico experiente, foi o interino Cristóvão Borges quem assumiu a equipe.

- A situação do Ricardo foi no domingo. Na segunda, tinha empresário do futebol oferecendo treinador para o Vasco.

A goleada em cima do Aurora, da Bolívia, por 8 a 3, pela Copa Sul-Americana, deu novo ânimo ao time. Nas quartas de final da competição, mais um placar elástico - 5 a 2 no Universtario-PER - com grande atuação de Dedé. Era chance de conquistar a tríplice coroa, fechar o ano com três títulos. Mas a equipe não conseguiu passar pelo Universidad de Chile.

- O desgaste vira cansaço quando você perde, não tem o resultado. Eles vinham numa competição só. É questão de parte física, treinamento. Eles tinham tempo para treinar, estudar a nossa equipe - disse.

Após 74 jogos, só restava o clássico diante do Flamengo. Uma vitória poderia representar o título do Brasileirão, caso o Corinthians perdesse para o Palmeiras. Mas os dois clássicos terminaram empatados.

- Ficou aquele gostinho de frustração. Esse jogo sintetizou bem isso. Estava desnorteado no fim do jogo quando ouvi a torcida. Vi o Dedé e o (Felipe) Bastos agradecendo aos torcedores, e também fui para lá - afirmou.

Para o goleiro, 2011 ficará marcado como um ano especial.

- Prefiro chegar 50 vezes em segundo lugar a chegar em quinto ou terceiro lugar. Foi o ano da camisa e do coração - ponderou.