Fidelidade à prova

Os torcedores vascaínos que forem ao Maracanã hoje poderão presenciar uma refinada linhagem de jogadores leais ao clube da Colina. Isto porque, desde o Brasileiro de 94, o Vasco não entra em campo contra o Flamengo sem jogadores que já tiveram passagem pelo maior rival. O único, porém, poderá ser Romário, caso o atacante vista mais uma vez a camisa 11 do clube num jogo oficial.

A pureza vascaína em um confronto diante do Flamengo ocorreu pela última vez em Brasileiros na edição de 1994. Na época, a constante permuta de jogadores entre os clubes do Rio era algo mais raro.

Até que, no ano seguinte, o Baixinho desembarcou no Flamengo.

Ainda em 1995, o Vasco encarou o maior rival no Brasileiro com Charles Guerreiro, volante com passagem marcante pela Gávea, no meio-de-campo. No ano seguinte, Edmundo voltou à Colina e o zagueiro Válber, outro ex-rubro-negro, integraram o time cruzmaltino.

Os dois repetiram presença em 97, ano em que Edmundo marcou três gols no rival, que teve de ver de casa o Vasco conquistar o tricampeonato brasileiro.

Nos anos seguintes, sucessivos ex-rubro-negros vestiram a camisa do Vasco no Clássico dos Milhões.

Desde o herói do tricampeonato estual do Flamengo sobre o próprio Vasco, o sérvio Petkovic, até Gilberto, atual lateral-esquerdo titular da Seleção Brasileira. Marcelinho, Júnior Baiano e Beto também foram alguns dos responsáveis pela seca da pureza vascaína.

Do atual elenco, só Romário e Silvio Luiz têm passagens pelo maior rival do Vasco. Mas enquanto o Baixinho brilhou com a camisa 11 rubro-negra, o goleiro nem mesmo jogou pelos profissionais do clube.

Caso a vitória venha hoje, será mesmo com alma vascaína.