Demorou, mas valeu a pena. O primeiro gol como profissional de Lucas Figueiredo certamente será inesquecível para ele, mas também para todos vascaínos. Com um tirambaço de fora da área, o camisa 15 desencantou, garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o Bahia e derrubou a última barreira que faltava. Parece pronto para assumir lugar de destaque no Vasco.
Foi uma tarde para ficar guardada para sempre na memória de Figueiredo. Em São Januário, após o jogo, ele comemorou com a namorada e com seus familiares. Entre eles, seu avô Wilson, de 84 anos, o “Figueiredo original”.
- Hoje eu vi –gritou Wilson Figueiredo, na saída do vestiário, todo orgulhoso ao encontrar seu neto. Ele ainda foi presenteado pelo atacante com troféu de Craque do Jogo, que Figueiredo recebeu na transmissão da TV Globo, mas devolveu para o atleta guardar.
Além do avô, os pais, a namorada e as primas de Figueiredo acompanharam o jogo em São Januário. O atacante de 20 anos parecia não acreditar no dia que estava vivendo.
- Não dá nem para explicar. Só viver o momento. É uma sensação extraordinária. É o sonho de todo moleque viver isso. Graças a Deus o primeiro gol veio, se Deus quiser vai vir muito mais. Vou falar com não pensava que meu primeiro gol seria assim. Pensava em fazer um golzinho no rebote, mas se saiu assim é porque Deus quis. Estou muito feliz por fazer isso em um time grande como o Vasco. Passa muita coisa na minha cabeça – comemorou Figueiredo.
Além do gol
É impossível dizer que o gol foi um mero detalhe. Até porque não foi. O chute de Figueiredo, aos 21 minutos do primeiro tempo, foi lindo e a melhor coisa que aconteceu em campo em um jogo disputado, mas de poucas chances de gol para os dois times. Figueiredo, no entanto, foi além. Ele se movimentou, distribuiu bons passes e encontrou soluções em lances que pareciam complicados. Cansou no segundo tempo e foi ovacionado ao ser substituído.
Figueiredo tem 20 anos, está começando sua trajetória e ainda não cabem comparações com qualquer ídolo do Vasco. Seu gol neste domingo, no entanto, tem semelhanças com o primeiro gol de Roberto Dinamite, maior jogador da história do clube.
Em 1971, Roberto apareceu para o futebol brasileiro com um golaço de fora da área contra o Inter. Por coincidência, ele também usava a camisa 15, a mesma de Figueiredo, que marcou na baliza que fica logo atrás da estátua de Dinamite, inaugurada há duas semanas.
- Comparar com ele é difícil. O cara foi um fenômeno. Só tenho a agradecer, fui feliz no chute. Com certeza vai ficar marcado na memória. E foi logo no gol da estátua dele, né (risos) – brincou Figueiredo.
Artilheiro da Copinha neste ano, com oito gols, Figueiredo marcou seu primeiro gol como profissional do Vasco após 47 jogos – 12 como titular.