Embora muitos creiam qua a vitória por 7 a 1 da Alemanha tenha redimido os jogadores que perderam a final da Copa do Mundo de 50, esta opinião não é compartilhada por Tereza Borba, ‘filha do coração’ do goleiro Barbosa, tido por alguns como o maior vilão da partida contra o Uruguai.
Para ela, que hoje é a maior responsável por preservar a memória do ex-goleiro do Vasco, o sofrimento dos que sofreram a goleada seria totalmente sentido pelo ex-jogador:
- Ele teria ficado chocado, traria tudo à tona novamente para ele. A melhor coisa que poderia ter acontecido seria eles ganharem a Copa. Com a taça, não é que iria acabar com o sofrimento, mas as pessoas iam falar de 2014, não de 50.
A relação dos dois começou na década de 90, quando o antigo goleiro se recolheu para o seu ‘exílio’ pessoal em Praia Grande, no Litoral de São Paulo. Dona de um quiosque na praia, um dia Tereza, quase que por acidente, descobriu que o senhor que bebia seus drinques diariamente era o famoso ex-goleiro. Dali por diante, Barbosa foi acolhido em sua casa, tornou-se membro da família e ‘adotou’ Tereza.
- Ele não gostava de dar entrevistas para falar de 50, ele optou pelo anonimato. Ele teria sentido demais o 7 a 1, sei que ele não queria que ninguém passasse o que ele passou - disse.
No final da vida, Barbosa passou por algumas dificuldades financeiras e contou com o apoio de Tereza e de seu marido, Mauro. Perseguido por 50 anos, foi poupado de ver a verdadeira tragédia do futebol brasileiro.