Filha de Éder Luis ganha 8º gol do pai de presente de aniversário de 8 anos

Luisa Vitória completou oito anos ontem. Mas o presente ela ganhou na véspera, quando o pai, Eder Luis, marcou o seu oitavo gol no Brasileiro: um para cada ano de sua vida. Depois de perder dois quilos na partida contra o Corinthians, o atacante repôs o peso com uma grande fatia do bolo de aniversário, e a energia com o carinho dos filhos. Ao lado do irmão caçula David Luis, de dois anos, e da mãe, Rose, Vitória esteve ontem em São Januário.

E, depois de tantos empates, o time torce para que ela visite sempre o estádio.

A fala mansa, com um carregado sotaque mineiro, e o gosto por roupas discretas, fazem de Eder Luis uma pessoa simples.

Com 1,65m, o atacante prefere ser notado em campo, quando vira um gigante, responsável pela terceira melhor marca entre os atacantes do Vasco. Seus oito gols ficam atrás de Dodô (11) e Élton (9), que já deixaram o clube. Seu contrato vai até junho de 2011 e ele evita juras de amor eterno.

Quer ser feliz no Rio enquanto durar o casamento com a torcida e com os gols.

Com a família, sim, ele pretende ficar para sempre.

— Sou paizão mesmo, bom esposo e caseiro. Quando chego em casa e tenho a família para me conformar, tudo fica melhor — disse o atacante.

Ontem, ele nem teve que esperar chegar no conforto de casa. Vestido com a camisa do Vasco com o número 7 do pai, o pequeno David circulava por São Januário com desenvoltura depois da vitória que melhorou a festa de Vitória. Fazer o primeiro gol e vencer o Corinthians por 2 a 0 foi um grande presente de Eder Luis para a torcida e a filha: — Ela é a minha Vitória. O nome não tem um motivo, mas é especial, forte.

Prass deve renovar hoje Especial como foi a vitória sobre o Corinthians. Se tivesse vencido o Grêmio, o Vasco estaria mais próximo da briga pela Libertadores. Mas o momento é de olhar para o futuro, ainda que as chances sejam de 2%, segundo o matemático Tristão Garcia. Se David e Vitória têm uma vida pela frente, ao Vasco restam nove rodadas.

O próximo jogo é com o Atlético-GO fora de casa. Enquanto os jogadores viajam hoje, a torcida aguarda no Rio mais três pontos e o Flamengo, adversário do próximo domingo, dia 24. Eder, no melhor estilo mineiro, pede calma.

— Os torcedores já querem vencer o Flamengo. Mas temos primeiro o jogo com o Atlético-GO. Uma coisa de cada vez... — pediu Eder.

E vai chegar a hora de vestir a camisa da seleção? Para Eder, sim. Seria o sonho realizado aos 25 anos e algumas frustrações, como a passagem irregular pelo São Paulo e a instabilidade no Atlético-MG.

— Sempre fui de falar pouco e gostei mais de trabalhar. É um sonho e, quem sabe, um dia eu poderei vestir a camisa da seleção? — disse.

O carinho nos filhos, e os carrinhos nos adversários na quarta-feira, ao ajudar na marcação no campo de defesa, mostram que Eder é feito de amor e garra. E humildade para aceitar os contratempos da vida difícil nos ex-clubes e os passes de Felipe e Zé Roberto: — O Felipe é um craque. E o Zé não se esconde. Já me deu uns três gols... Estou melhor agora que no passado.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)