O “não” venceu. Encerrada a votação nominal. #gevas
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A sede náutica do Vasco teve uma noite tensa, que entrou pela madrugada de terca-feira, quando o Conselho Deliberativo se reuniu. Depois de muita discussão e votação, os conselheiros decidiram não abrir processo de sindicância contra o presidente Alexandre Campello.
A sessão foi marcada por muita confusão. Por mais de uma vez, a sessão foi paralisada por discussões acaloradas entre os presentes. E todas motivadas por diferenças de opinião entre Julio Brant e Eurico Miranda.
Os grandes personagens da política vascaína, inclusive, pareciam mudar de opinião a todo momento. Se, na entrada, Brant se disse a favor da apuração dos fatos, durante a sessão, se convenceu a fazer o contrário.
- Nossa posição foi clara em relação ao que íamos votar. Nenhuma das denúncias foi apresentada ao Conselho anteriormente. Nós não íamos votar a favor baseado apenas em relatos. Não havia materialidade. Portanto, optamos por nos alinhar ao lado do Campello. Por mais que tenhamos diferenças, temos coerência em torno do que se vota pelo Vasco - disse Brant.
Já Eurico Miranda se dizia contra, mas ao fim, apoiou a instalação da comissão, carregando consigo muitos dos Grandes Beneméritos.
Reunião do Conselho Deliberativo do Vasco (Foto: Caio Blois)
- Eurico fez um jogo, um teatro. Quis dar lição de moral. Ele é a última pessoa que pode dar lição de moral aqui dentro. Ele não tem condição. Ele rebaixou o Vasco em campo algumas vezes e moralmente o tempo todo. Ele disse que queria ir embora, eu falei: "Pode ir". Aí ele resolveu ficar. Ninguém ia pedir para ele ficar. Eu não tenho nada pessoal contra ele, mas não vem querer dar lição de moral - disparou Brant.
Roberto Monteiro, responsável pela polêmica convocação da reunião, era a favor da abertura - e do impedimento provisório de Campello, o que nem sequer foi posto em votação.
Além disso, defendia a contagem dos votos por “senta-levanta”: quem quisesse a sindicância, levantava, e os contrários, permaneceriam sentados. Após ser derrotado nessa tentativa, pediu nova votação, desta vez, nominal - pedido que havia negado à 2ª vice-presidente, Sônia Freitas. Ainda assim, acabou derrotado, por 98 votos a 94 e 18 ausentes.
- A reunião de hoje foi meramente política. Criou-se uma série de factóides de maneira bem orquestrada por pessoas que participaram da gestão até então, mas que nunca se posicionaram contrários àquilo que se alega. Só decidiram ficar contra depois do rompimento - declarou o presidente do Vasco, Alexandre Campello.
Com um discurso firme, Campello explicou os motivos do racha com o grupo de Monteiro. Para ele, puro oportunismo.
- Por que saíram? Porque eu toquei nos pontos nevrálgicos: modifiquei a operação de jogo, demonstrei na reunião que o Vasco está pagando menos do que pagava. Mudei a questão dos sócios, que reclamavam muito das operações e que não conseguiam pagar preços caros, e não conseguiam se associar. A partir dessas mudanças, o grupo dele (Monteiro) rompeu, e aí, surgiram essas denúncias estapafúrdias, que agora está provado que eram falsas - explicou.
Assim como Eurico, Roberto Monteiro não gravou entrevistas, além de ter mandado retirar a imprensa de dentro da sede antes mesmo do início da sessão.