A volta para casa depois do clássico entre Flamengo e Vasco, disputado no último domingo, no Engenhão, foi manchada de sangue por quatro supostos torcedores vascaínos. Eles espancaram até a morte o flamenguista Márcio Gonçalves da Silva, de 35 anos, que estava com um amigo num ponto de ônibus em Cascadura, Zona Norte do Rio. A acusação é feita pela viúva da vítima, Michelle Costa, de 33. Márcio usava uma camiseta regata do clube de coração, que deixava à mostra duas tatuagens com o escudo do Flamengo em cada braço. Teria sido isso o que enfureceu os assassinos.
O flamenguista, que foi agredido a pauladas, morreu a caminho do hospital, com traumatismo craniano. A Divisão de Homicídios (DH) investiga o caso.
O enterro ocorreu anteontem no cemitério de Ricardo de Albuquerque, diante da presença de dezenas de amigos e familiares. Márcio foi sepultado com a camisa rubro-negra, que chamava de manto sagrado. E com a bandeira do Flamengo sobre o caixão, ao som do hino do clube, cantado por integrantes de uma torcida organizada do Flamengo.
Ratinho, como era conhecido em Ricardo de Albuquerque, morava no bairro desde a infância. Flamenguista fanático, cultivava uma gaveta cheia de roupas e artigos do clube.
Ele tinha até uma camisa velha, da época em que o Zico jogava recorda-se a viúva, que está sendo mantida sedada.
De acordo com Michele, Márcio costumava sair às 6h de casa numa Fiorino, comprada no ano passado, para fazer entregas. Mas não conseguia deixar de ir aos jogos do Flamengo, para apoiar o clube que sonhava ver ser campeão brasileiro este ano.