Provavelmente a maior demonstração de relevância de um clube não está na divisão que ele ocupa, e sim na quantidade de pessoas que ele consegue arrastar para os estádios. Vasco e Bahia se enfrentam neste domingo, às 16h, pela Série B, com São Januário lotado — espera-se um público de cerca de 20 mil pessoas no jogo que pode colocar o time da casa no G4 da competição.
Este ano, o cruz-maltino trava com outras camisas de peso do futebol brasileiro uma disputa paralela ao que acontece em campo: o de quem tem os torcedores mais comprometidos com a dura tarefa de levar o time do coração de volta à primeira divisão.
O pódio nas primeiras rodadas é ocupado, na ordem, por Grêmio, Cruzeiro e Vasco. São as três equipes de massa do país que possuem a melhor média de público da Série B, contando as partidas em que são mandantes e aquelas em que foram visitantes.
Em seis rodadas, cada uma das 20 equipes jogou três partidas em seus domínios e três fora. Bahia e Sport, os dois times nordestinos com maior torcida no Brasil, também aparecem entre os de melhor público da segunda divisão. O intruso nesse grupo é o Criciúma, equipe do interior de Santa Catarina que tem a quinta melhor média como mandante.
O peso de Vasco, Grêmio e Cruzeiro na Série B acaba impactando os públicos das partidas em que são visitantes. Existem exemplos claros: o time carioca, quando jogou em Muriaé-MG, cidade onde o Tombense manda seus jogos, atuou diante de 8.357 presentes. Na primeira rodada, contra o Operário-PR, o jogo contou com 628 torcedores no estádio.
O time de Ponta Grossa experimentou o peso da torcida gremista no interior do Paraná. Quando as equipes se enfrentaram, 6.292 foram ao jogo na casa do Operário. Os outros dois públicos em casa da equipe, contra adversários de menor tradição, foram 2.495 e 3347 presentes.
Obviamente, existem variáveis que interferem no público de uma partida: a capacidade do estádio, o dia da semana em que ela ocorre, o horário, o momento das equipes envolvidas.
O Vasco, por exemplo, leva desvantagem em relação a Grêmio e Cruzeiro por mandar seus jogos em São Januário, com capacidade para 21 mil pessoas, enquanto cabem 55 mil pessoas na Arena do Grêmio e 62 mil pessoas no Mineirão.
Por outro lado, oportunidades que surgem com o Vasco dificilmente devem se repetir com os dois outros times de massa na Série B.
O jogo de quinta-feira, por exemplo, será contra o Guarani, em Manaus. A mudança para o estádio de Copa do Mundo ocorre tanto pela necessidade do Bugre mandar o jogo longe do Brinco de Ouro, que vai trocar o gramado, quanto pelo desejo dos promotores manauaras de levar o Vasco para atuar na cidade.
Em caso de vitória hoje, a expectativa é de grande público na Arena da Amazônia, que tem capacidade para 44 mil pessoas. Nesta tarde, contra o líder da Série B até o começo da rodada, ultrapassado pelo Sport, sexta-feira, o técnico Zé Ricardo deve repetir a escalação da equipe que venceu o CSA na rodada passada por 1 a 0.