O ex-vice-presidente de futebol do Vasco, Fred Lopes, deixou o cargo na última sexta-feira. Em ligação com o presidente Alexandre Campello, pediu para ser exonerado do cargo. Neste sábado, já fora do clube, falou com o GloboEsporte.com sobre a saída.
Fred Lopes explicou os motivos que o fizeram pedir exoneração do cargo. Ele diz que estava insatisfeito com algumas atitudes do presidente Alexandre Campello, como a venda do atacante Paulinho ao Bayer Leverkusen, da Alemanha, e, segundo ele, a falta de transparência dentro do clube.
- Um dos motivos que me levou a sair da vice-presidência de futebol é a falta de transparência também das questões financeiras. Paulinho foi vendido. Onde está o dinheiro? Por que não foi pago salário de dezembro, 13º, férias, maio, que tinha de ser pago até segunda ou terça? Por que as imagens atrasadas dos atletas não foram pagas? Por que o vice de finanças não tem conhecimento do recebimento deste dinheiro? São coisas que não dá para entender dentro desse discurso de credibilidade. Como ninguém fica sabendo dessa operação? Como o vice não sabe de onde vem o dinheiro? Essas coisas incomodam muito - disse Fred Lopes.
O ex-vice também falou que vinha sendo cobrado por empresários e atletas.
- Não só na negociação, mas também ficar no dia a dia tomando cobrança das pessoas, porque quando você deve as pessoas cobram. Você conversa, dá a cara a tapa, se desgasta, porque não sabe como vai ser o processo. Empresário cobra, os atletas têm suas dificuldades. Assim, a gente precisa ter informação para explicar. Nosso grupo de jogadores sempre entendeu, mas você tem a pressão. Por que essa transparência não existe? Onde está o dinheiro? A venda do Paulinho é uma caixa preta. Ninguém sabe - completou.
Em entrevista coletiva para anunciar a saída de Paulinho, que rendeu R$ 76,7 milhões aos cofres do Vasco, o presidente Alexandre Campello explicou o que faria com o dinheiro referente à venda da joia ao Bayer Leverkusen:
- A ideia é que a gente regularize algumas questões fiscais. Fazer um planejamento para que a gente consiga dar a ele o melhor proveito possível. Vamos utilizar o dinheiro para conseguir manter o clube funcionando, mas não é o suficiente para passar o ano, que se bote para dentro mais receitas. Óbvio que isso vai trazer um desafogo importante para o clube, mas não é o suficiente. É importante que a gente continue trabalhando para conseguir patrocínio, torcedor - falou.
A ideia, antes de receber o dinheiro, era, também, pagar R$ 26 milhões de dívidas fiscais. Outros R$ 10 milhões foram repassados ao empresário Carlos Leite por causa do empréstimo feito no início do ano.
O Vasco ainda tem um mês de salários atrasados, férias e 13º do ano passado.