Foram seis partidas fora de casa, mas pareceu muito mais. Amanhã, o Vasco voltará a jogar em São Januário e devolverá ao clube a rotina que faz parte da vida de centenas de funcionários. Como a mãe que comemora o retorno do filho para o aconchego do lar, o vazio no coração da Colina será preenchido na partida contra o Paraná.
A ausência do time comandado por Dorival Júnior pesou emquem tem nas partidas em São Januário o momento de maior brilho na semana. Seu Penedo, de 72 anos, motorista do Vasco há 43, é o responsável pelo transporte dos jogadores na maca móvel e festeja o retorno.
Costumo fazer um serviço especial no dia dos jogos, é quando eu tenho o contato mais próximo com torcedores e jogadores. Como vascaíno, sinto falta. Quando o jogo é no Maracanã, não trabalho afirmou.
Com o flerte do Vasco com o Maior do Mundo, o placar eletrônico de São Januário não é ligado há exatos 33 dias. Campinense foi o último nome de um rival digitado por Marta Túlio, coordenadora-executiva social e responsável por um dos maiores xodós do estádio. Funcionária do clube há 21 anos e presença obrigatória em todas as partidas do time na Colina, ela sabe o efeito que São Januário causa nas pessoas: Onde o Vasco está, tem o amor da torcida. Mas São Januário já marcou como caldeirão e é importante depois do tempo longe de casa.
No restaurante da Colina, os efeitos do jejum de jogos são visíveis.
Quando a venda de bebida alcoólica era permitida, cerca de 22 barris de chope eram consumidos numa única noite, contra um barril durante uma semana inteira sem jogos. Mesmo com a lei que impede a venda de bebida alcoólica a partir de duas horas antes das partidas, os dois barris vendidos em média já compensam.
Todos ficam felizes quando o jogo é aqui. Contratamos seis pessoas extras disse seu Ximenes, funcionário do restaurante há sete anos, conhecido como o Bigode do Vasco.