Futebol

Futebol Feminino: Análise da temporada do Vasco

𝙊𝙡𝙝𝙤 𝙖𝙩𝙚𝙣𝙩𝙤 𝙣𝙤 𝙣𝙤𝙨𝙨𝙤 𝙩𝙞𝙢𝙚 𝙛𝙚𝙢𝙞𝙣𝙞𝙣𝙤 O nosso time feminino fez boa temporada, se equiparando com equipes de maior investimento durante o ano. No entanto, ainda há algumas pertinências a serem debatidas. Eu e @crmaltinas1923 te mostramos

Antes de entrar nesses temas, é bom frisar a temporada feita pelo time em 2023. O time disputou 3 competições: — Brasileirão A3 (3ª divisão) — Copa Rio — Campeonato Carioca Foram 17 jogos, 5 vitórias, 3 empates e 9 derrotas, com 34 gols marcados e 30 gols sofridos.

No Campeonato Brasileiro A3, as meninas foram eliminadas pelo Pérolas Negras, time que também é do Rio de Janeiro. O Brasileiro A3 é todo em mata-mata, dessa forma, se eliminado precocemente, o time joga pouquíssimos jogos mesmo.

O confronto com o Pérolas Negras foi acirrado, se parar pra pensar na diferença de tempo dos dois projetos. Na ida, fora de casa, as meninas empataram em 2-2. Na volta, mando do Vasco, elas sucumbiram em 1-2. O agregado ficou em 4-3 para as adversárias.

Na Copa Rio, as meninas foram lanternas do torneio. A Copa Rio é disputada em pontos corridos com turno e returno, sendo o time a mais pontuar considerado o campeão do torneio.

Vasco não pontuou em 6 jogos disputados, desempenho vexatório. É importante frisar que o time tinha poucas semanas de treinamento, tendo inclusive pedido adiamento da estreia para ter tempo hábil de treinar. Os resultados não foram à toa.

No Campeonato Carioca foi onde o Vasco melhor se saiu. Para a disputa dele, Vasco anunciou diversos nomes, dentre eles, Anny Marabá, que saiu do Vasco para o rival em 2021 e retornou esse ano, já consolidada como destaque.

Em 9 jogos, o time venceu 5, empatou 2 e perdeu 2. Os dois perdidos foram para Flamengo e Botafogo, ainda na primeira fase. Nas semi-finais, empataram em 2-2 com o Botafogo na ida e na volta, fazendo 4-4 no agregado, mas sendo eliminado pelo critério melhor campanha.

O time foi montado às pressas no começo do ano, tanto é que precisou ser severamente reforçado no meio dele. Faltou planejamento para a temporada, o que custou eliminação vexatória no Brasileiro e desempenho ruim na Copa Rio. No Carioca, o time surpreendeu, mas bateu na trave.

Falando em planejamento, é preciso cobrá-lo para a próxima temporada. Um grave problema é a falta de manutenção do elenco para o próximo ano. Das 25 jogadoras que integram o elenco, 4 têm contrato profissional e outras 2 têm contrato de formação, com término para 31/12/2023.

As demais possuem contrato amador, um contrato feito para a disputa de apenas uma competição. Isso significa que as jogadoras do atual elenco ficarão sem vínculo algum com o clube ao final do ano, um desmanche passivo desse elenco atual.

É a quebra de qualquer trabalho que esteja sendo feito pela comissão técnica. Significa a montagem do 0 para o time a partir do ano que vem, mas que pode ser revertido com planejamento adequado e organizado, a partir da base atual.

Uma outra problemática é o investimento limitado pelo próprio Vasco na categoria, que inviabiliza a evolução do projeto. A escassez de recursos, aliada com a falta de planejamento comentada anteriormente, inviabilizam a profissionalização definitiva da modalidade no clube.

Segundo esta matéria do começo do ano, o investimento dedicado à modalidade foi menor em relação ao ano anterior (2022). Isso ilustra um pouco da baixa importância dada pelos dirigentes à área:

Os responsáveis diretos pela modalidade precisaram reinvidicar o direito a receber investimentos por doação e patrocínio, segundo a Lei do Incentivo ao Esporte. O valor arrecadado foi de aproximadamente R$6 milhões

Segundo esta matéria do começo do mês, 50% desse valor (R$3 milhões) já foi utilizado

Em resumo, a pasta feminina do clube precisa ser levada a sério se é almejada a profissionalização dela. Não adianta municiar sem cuidado a modalidade e esperar resultados significativos. A falta de comprometimento com a pasta pode sujar uma História tão vitoriosa do clube.

O futebol feminino é uma modalidade em ascensão mais do que nunca e precisa ser levado a sério em qualquer equipe do Brasil e do mundo. No Vasco, não é diferente. Não pode ser tratado como irrelevante.

Não menos importante, bom lembrar das categorias de base do futebol feminino, que estão desativadas desde o começo do ano. O clube desativou a pasta alegando direcionar recursos para focar no acesso para a Série A2 do Brasileiro com o time adulto

O resultado final se mostrou desastroso. O time adulto não se classificou para a Série A2 (sendo eliminado de forma vexatório na A3), e a atividade da categoria de base segue suspensa. Atletas da categoria foram suspensas e hoje integram outros clubes da Série A1.

Resta a dúvida sobre como fica a reabertura da categoria, uma vez que o objetivo de acesso para a Série A2 do Campeonato Brasileiro não foi conquistado.

A Tatiele, que é quem dá a entrevista falando sobre isso, não está no clube atualmente. Foi demitida e substituída por Gabriel Barreiro. O Departamento de Futebol ainda não se pronunciou. A falta de transparência incomoda.

Que o nosso futebol feminino seja bem tratado e valorizado. Queremos um Vasco competitivo no máximo de modalidades possível, sendo assim, o time feminino não pode estar nas margens do planejamento do clube. Queremos um futebol feminino tratado de forma profissional.

Fonte: X do AnalisaVasco
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