Falta pouco para o Vasco voltar aos gramados na disputa do Brasileirão Feminino Série A-2. As Meninas da Colina recebem o Atlético-MG na próxima segunda-feira (26) às 15h. O técnico Antony Menezes falou com exclusividade ao Vasco Feminino sobre a modalidade, suas ideias, a equipe e o que espera para a retomada da competição nacional.
Muito se discute sobre a questão da tática no futebol feminino. Há quem defenda que tal aspecto não seja tão característico da modalidade. Antony discorda dessa visão, tanto pelos treinadores que vêm buscando se capacitar cada vez mais, quanto por uma postura específica que ele observa nas jogadoras. “Isso (a tática) é uma grande característica do futebol feminino, elas são obedientes taticamente, isso deixa o jogo mais atrativo. Nas séries A-1 e A-2, tem grandes treinadores espalhados pelo Brasil. Na atualidade, não tem como o profissional não buscar conhecimento, principalmente através de cursos”, afirma.
Para o comandante, a diferença histórica entre o início da prática e do investimento no futebol dos homens e das mulheres atrasou todo o processo de formação das atletas na base. Da mesma forma, a falta de investimentos e de competições nessas categorias inferiores gera, por consequência, jogadoras que ainda não estão prontas, tática e tecnicamente, na fase adulta.
Ele cita, ainda, a diferença entre clubes. “Se uma equipe pode contratar uma atleta experiente, que possa chegar pronta a equipe, não se perde tanto tempo para elaborar um esquema tático. Mas, quando o investimento é baixo, fica mais complicado acertar atletas em um campeonato adulto com pouca vivência na base”.
Quanto às suas preferências de estilo de jogo e peças, Antony explica que seu método consiste em identificar as características das jogadoras e, a partir daí, elaborar um plano de jogo. “Há alguns anos, não tínhamos uma jogadora de área. Logo, jogávamos de uma maneira. Mas, neste momento, temos duas atletas com essas características. Isso nos abriu opções para montar estratégias diferentes jogo a jogo ou, até mesmo, uma mudança tática dentro de uma partida”, exemplifica ele.
O técnico dá mais detalhes sobre como vem conciliando suas ideias e as peças do Cruzmaltino. “Dentro da metodologia do clube, faço adaptações para o futebol de mulheres e para as características de nossa equipe. Então, coloco minhas ideias de jogo, tentamos implantar e mostrar ao grupo, em treinos, algumas variações para que elas saibam o que é um jogo posicional, de função e um jogo rápido. E mostrar que podemos utilizar as características dos adversários como estratégias específicas para as partidas”.
Pelo regulamento do Brasileirão Feminino A-2, classificam-se para a segunda fase, das oitavas de final, os primeiros e segundos colocados dos seis grupos, além dos quatro melhores terceiros colocados. Dessa etapa até a grande final, a competição é disputada em sistema de mata-mata com jogos de ida e volta. Os semifinalistas garantem o desejado acesso à Série A1.
Antony garante estar confiante na classificação vascaína para a próxima fase, principalmente pelo que vem observando nos treinos. Para ele, a força do grupo será fundamental. “Nossa equipe é jovem, mas já tem uma vontade de aprender e competir absurda. Estamos trabalhando forte para criar uma equipe competitiva e evoluir dentro da competição, buscando a cada jogo um crescimento coletivo, que é o ponto forte da nossa equipe”.
A última partida do Gigante da Colina no Brasileirão foi em março, quando ficou no empate em 1 a 1 com a equipe do Goiás. O Vasco está na segunda colocação do Grupo E com um ponto.