“Horrivel!”. Está foi a expressão usada por um alto dirigente do Vasco em contato com a reportagem do canal depois da vergonhosa derrota para o Vila Nova, último colocado do brasileiro da série B. O clima para a permanência do treinador Maurício Souza é insustentável e as muitas correntes dentro do clube mantiveram contato com o presidente Jorge Salgado questionando o trabalho do treinador e até mesmo do executivo Carlos Brazil, responsável pela contratação do técnico. Apesar de ser sempre por manutenção, Salgado sabe que não pode ir contra todos pelo momento nevrálgico de aprovação da SAF e pelo receio de fracassar mais uma vez. A demissão é certa e depende do aceite do presidente.
O Vasco de Maurício Souza é o pior dos três neste brasileiro, perdendo para Zé Ricardo e Emílio Faro, que não foram derrotados. Apesar de ser reconhecido como um estudioso pelo grupo e com bons treinamentos, Maurício não está sendo compreendido por uma didática incapaz de ser absorvida pelos atletas, mudando a forma de jogar de um grupo que se esforça e trabalha muito, mas tem muitas limitações. A barracão de Yuri Lara do jogo de ontem foi um estopim para que o grupo não tivesse outro sentimento que não fosse incredulidade, afinal Yuri ajuda a sustentar um time que tem a defesa como grande diferencial. Mas os problemas não param aí.
A dúvida quanto ao futuro do clube e do futebol trazem já os primeiros indícios de preocupação, já que muitos jogadores estão saindo, outros estão afastados e alguns do elenco podem ser negociados em breve, como o meia MT, que pode estar seguindo para Portugal. Está insegurança do processo da SAF traz até insegurança aos funcionários do departamento de futebol, como foi o caso do transferban na segunda feira. “Nosso medo é que não se não tem dinheiro para pagar isso, imagina o salário”, confidenciou um funcionário. Aliás, o assunto transferban foi motivo de muita discussão por um planejamento errado que não apagou o incêndio que estava por vir. “Não podia nunca chegar a este ponto. Como o CEO do clube, o jurídico, com um jovem no futebol que não tem experiência para tal, e o financeiro não se prepararam para isso?”, teria dito um outro dirigente ligado a comitiva da 777 que esteve no Rio, se referindo a Nicolas Fraga, advogado que cuida dos processos do departamento, Luís Mello, o Ceo e Adriano Mendes, VP da pasta de finanças. Alias, a presença dos executivos da 777 no CT ao lado de Paulo Bracks, brasileiro e futuro CEO da Saf aumentou ainda mais esta insegurança, trazendo ao departamento de futebol a dúvida de quem vai mandar de agora em diante, Paulo ou Brazil? O próprio executivo atual foi cobrado por processos em andamento quanto a janela e viu a ação do novo Chefe de suspender as mangas e iniciar um trabalho em conjunto, mesmo ainda não tendo firmeza dos papéis assinados no acordo com a Vasco SAF, . Campo ruim, direto de imagem em atraso, pouca ação no mercado para contratar, insegurança política do futuro, fantasmas que sempre assolam o clube e estão voltando aos poucos. Solução? Sim, a SAF ser aprovada é vista como a maior necessidade mas as vitórias em campo precisam retornar. “Precisamos muito ganhar este jogo hoje”, disse outro dirigente do clube antes da partida contra o Vila Nova.
Certo mesmo é que a semana que se inicia será decisiva por conta da permanência de Maurício Souza ou não, a queda da liminar para que os ritos do acordo com a 777 aconteçam e sejam acelerados e a eterna ajuda externa com dinheiro, já que nos bastidores se comenta que o presidente Jorge Salgado teria pago o transferban, irá pagar os salários até a entrada da SAF e ajudará em contratações. Paulo Bracks e Carlos Brazil, mais o primeiro, correm já com contatos pela necessidade de pelo menos 5 nomes para a janela, além de Alex Teixeira, que também terá sua estreia acelerada, num jogo em que o Vasco pode ter mais um desgaste por uma possível negativa do consórcio para a partida contra a Chapecoense, dia 31, no Maracanã. Se isso ocorrer, mais uma vez o Vasco irá a Justiça para ter seu direito de uso do aparelho público resguardado.
Um momento duro e crítico. A permanência no G4 assusta e o caminho precisa ser urgentemente achado. Mas ações serão tomadas já! É esperar. O vascaíno quer.