Há quase 14 anos, Juninho saía do banco de reservas para fazer História no Vasco. Do outro lado, um jovem talentoso, chamado Marcelo Gallardo, via o seu River Plate (ARG) dar adeus à final da Libertadores. Hoje, em São Januário, às 22h, pela mesma competição, com transmissão em tempo real pelo L!NET, quis o destino que ambos se reencontrassem. O vascaíno ainda como jogador, e o argentino, como técnico do Nacional (URU).
Na época, o camisa 8 não passava de um pernambucano arretado.
Agora, é chamado de rei pela imensa torcida cruz-maltina e reconhecido no mundo. Gallardo, na mesma ocasião, já tinha fama, mas ficou sem título, graças a uma falta monumental.
Na carreira de ambos, a França, onde foram campeões. Juninho pelo Lyon, Gallardo, pelo Monaco. A idade é praticamente a mesma. O vascaíno fez, recentemente, 37 anos. Já o treinador tem 36.
Quis o destino e o físico, porém, que as funções a serem exercidas hoje fossem opostas. O rei ainda disposto a aniquilá-lo com seus chutes venenosos, assim como fez em 98. O técnico dos uruguaios, tentando neutralizá-lo, talvez tendo como base a experiência desagradável de já ter sido derrotado pelo meia.
Mesmo consagrado e já tendo o título da Libertadores no currículo, Juninho não cansou e, diferentemente de Gallardo, a hora de parar ainda não chegou.
Eu gosto bastante do que faço. Gosto de treinar. O segredo é fazer tudo com amor disse o Reizinho, desvendando as receitas para uma vida longa no futebol.
E para quem achava que Vasco, Juninho e Libertadores tiveram um ponto final, a Colina os aguarda, com clima nostálgico, por mais um capítulo desta História.
Gol Monumental
Juninho entrou no segundo tempo para fazer história pelo Gigante da Colina. Em um jogo difícil, o Reizinho cobrou falta da intermediária, fazendo um golaço. Antes, conquistou dois Estaduais e um Brasileiro.
Bicampeão brasileiro e Europa
Juninho fecha seu ciclo na Colina deixando mais dois títulos na sala de troféus de São Januário. Uma Mercosul e um Brasileiro. Problemas salariais o levaram à Justiça para conseguir sua liberação e acertar com o Lyon.
Títulos e emoção
Virou ídolo levando o Lyon ao pentacampeonato nacional. Detalhe para o fato de o time nunca ter vencido o campeonato francês antes da sua chegada. Na Copa de 2006, chorou ao ouvir o hino nacional brasileiro.
Fim do ciclo e arábia
Deixou o Lyon como heptacampeão francês e deixou sua marca como um dos maiores ídolos da história do clube. Acertou com o Al-Gharafa, do Qatar, em 2009. Conquistou títulos e o respeito dos dirigentes árabes.
Retorno à São Januário
Acertou sua volta ao Vasco ganhando um salário simbólico. Ajudou o time a chegar à semifinal da Copa SulAmericana e ao vice-campeonato Brasileiro. Acertou permanência e pode encerrar a carreira em 2012.
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)