Entre tantos altos e baixos na temporada, Gaúcho é o único treinador que sustenta 100% de aproveitamento no Vasco. É verdade que comandou o time em apenas um jogo, mas o empenho que foi capaz de tirar dos jogadores na virada sobre o Palmeiras, no dia 12 de setembro, em São Januário, virou referência para acabar com a vexatória sequência de seis derrotas no Campeonato Brasileiro. O interino aprovou a semana de treinos, reforços as esperanças, mas avisa: não vai fazer mágica, apenas quer tirar o máximo do abalado lado emocional cruz-maltino já para o duelo com o Atlético-MG, neste domingo.
- Eu não vou querer fazer mágica ou fazer coisas que não estejam dentro da realidade. Para mim, facilita um pouco, pois tenho muito tempo no clube, conheço os jogadores e o estado emocional de cada um. Sei como podem reagir em cada situação. Então, o que tem aí é mais o papo. Espero que possam fazer aqui um jogo como fizeram contra o Palmeiras, com um time aguerrido, sabendo que o torcedor vem para São Januário para aplaudir e não para vaiar. E quem controla o torcedor é o jogador. Se o jogador que estiver em campo der tudo de si, acho que o torcedor vai entender e vai apoiar - aposta.
Com seu estilo boleiro e cheio de analogias, Gaúcho revelou de que maneira vem agindo para fazer o grupo retomar a confiança e, com bons resultados na reta final, a dignidade.
- O que eu vou procurar nesse momento é dar aos jogadores é confiança. O que ficou para trás, ficou para trás. Não adianta remoer e sofrer. O cara que joga no Vasco tem que sempre jogar acima de 80% de sua condição, senão não vai satisfazer nunca o torcedor a comissão. O treinador vive pensando em soluções, num desconforto contínuo, e o jogador tem de ser assim também. A disposição e a melhora no dia a dia precisa estar na cabeça, na cobrança pessoal - ressaltou.
Mesmo sem a intenção de revolucionar, Gaúcho mexeu em todos os setores. Jonas e Thiago Feltri retomam as vagas de Auremir e William Matheus, Felipe assume o posto de Eder Luis, com dores no joelho, voltando o esquema ao 4-4-2, e Eduardo Costa substitui Nilton, suspenso. Segundo o comandante, ter sido escalado em várias posições na carreira o ajuda nas escolhas.
- Cada técnico tem seu método, sua deficiência e uma das coisas que eu coloco para eles é isso: joguei em várias posições, seja de zagueiro, de meio ou até no ataque. Sei dos problemas de cada parte do campo. O importante é a participação, como em fatias de um bolo: se um cara comer o pedaço do outro, fica mais gordo, certo? E vai faltar para o companheiro. Temos que nos dividir da mesma forma e mostrar atitude, dignidade e profissionalismo até o último minuto - pede Gaúcho, em sua quinta passagem como técnico do Vasco.