Mutirão vascaíno...
É possível que muitos dos que leem este texto tenham passado à porta da sede náutica do Vasco, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, nas últimas semanas, sem se dar conta do estado precário de sua fachada.
Mas os sinais de infiltração nas paredes desbotadas e carcomidas chamaram a atenção de um vascaíno, que, incomodado e desafiado, em 72 horas organizou um mutirão pela reforma do lugar.
Pois então: neste último final de semana, vascaínos de diferentes correntes políticas iniciaram com recursos próprios o trabalho que a diretoria do clube, assumidamente, não teria condições de realizar.
O comerciante Fernando Lima, o já popular Zé Colmeia, ex-fisioterapeuta do craque Romário, só precisou do aval dos dirigentes para resgatar o sentimento que de vez em quando aflora em corações vascaínos: orçou gastos com especialistas e comerciantes também apaixonados pelo Vasco, acionou um amigo, dois, três, quatro... e, de repente, a ação que visava só revitalizar a fachada de um dos mais valiosos patrimônios do clube se transformou em trabalho mais profundo.
A recuperação de todas as paredes externas e internas, a troca da iluminação e, reparos na cozinha que serve aos remadores.
Muito provavelmente, o mutirão alcançará a reforma de salas hoje pouco ocupadas e até melhorias na frota e equipamentos do remo.
E sem o desembolso de um real do clube ou campanhas mirabolantes de arrecadação junto à torcida - nada!
Só mesmo pelo sentimento de pertencimento já conhecido na história de São Januário.
Um gesto que reforça a unificação do Vasco, que se enfraquece ano a ano.
O primeiro passo para a recuperação de qualquer instituição se dá a partir do consciência de suas limitações.
E o Vasco não tem muito para onde correr.
Ou se une por um modelo que revitalize suas finanças ou seguirá dependendo do mutirão de sua gente...