|”BOLA OU BÚRICA?”
O menino Andrey Santos tinha de 13 para 14 anos quando chegou a São Januário. Uma criança. Em três anos, mostrou talento, brilhou com a camisa do Vasco e se destacou com a da seleção brasileira. Passou à condição de cobiça: dos parentes, dos amigos da família, dos agentes espertos e dos clubes europeus. Um deles, segundo a imprensa espanhola, é o Barcelona. Deco, o brasileiro naturalizado português, ex-jogador do clube catalão, indicou seu nome aos dirigentes de lá. E estimou que com U$ 7 milhões (cerda de R$ 37,3 milhões) levem o talentoso volante vascaíno. O garoto tem 17 anos e está no planos do técnico Zé Ricardo para figurar no time profissional. A torcida gostaria muito de vê-lo mostrar a técnica e a eficiência exibidas na base. Mas está difícil. Andrey tem mais um ano e meio de contrato e o Vasco quer renova-lo antes de coloca-lo na vitrine. Só que os representantes do menino (parecem ser cinco) não querem conversa. Por certo, apostam no término do acordo para, livre das amarras, por o jogador em marcas mais bem resolvidas financeiramente. Daqui ou do exterior. Talvez até o próprio Barcelona. A saída? Uma é o Vasco distribuir o que não tem, oferecendo rios de dinheiro aos envolvidos e pagando ao menino um salário fora da realidade. A outra é negocia-lo o quanto antes, conseguindo qualquer valor que seja maior do que nada. Simples assim. E tudo na forma da lei que fragiliza os clubes em favor do mercado de compra-e-venda. Nos meus tempos de infância, o Vasco estaria diante do chamado “bola ou búrica…” questionamento importante na modalidade dos três buracos cavados no chão de terra para o duelo na bolinha de gude. Em última análise: chora menos quem pode mais…