Em reunião há cerca de um mês, a Globo informou os clubes as novas regras de divisão do pay-per-view do Brasileiro que terão base no cadastro de assinantes e serão válidas para 2020. Já existem 600 mil torcedores que declararam seus times na plataforma de um total de 1,8 milhão de base. Até este ano, a distribuição era feita por meio de pesquisa Ibope.
Era uma reivindicação antiga dos clubes que a Globo utilizasse um cadastro de todos os torcedores para fazer a divisão do dinheiro. Houve inclusive questionamentos à mudança no método de pesquisa para o Brasileiro-2019 , o que alterou a fatia de cada clube.
A discussão é importante porque o bolo a ser dividido gira entre R$ 550 milhões e R$ 650 milhões dependendo da arrecadação com a venda de pacotes. Ou seja, representa um valor equivalente à metade do montante de TV Aberta e TV Fechada juntos.
Na reunião, a Globo informou que a divisão para 2020 será feita com os percentuais médios de cada mês do Campeonato Brasileiro. Assim, de maio até dezembro de 2019, será verificado quanto cada um clube tem na fatia geral por mês. Ao final, será feita uma média e informada a fatia destinada a cada agremiação no ano seguinte.
A Globo ainda não informou oficialmente os clubes do primeiro resultado do cadastro. Em conversas, alguns dirigentes tiveram acesso a dados inicias que mostram que houve alterações nos percentuais em relação à pesquisa, mas nem tanto nas posições dos clubes. Números não foram revelados ao blog.
Alguns clubes já estão fazendo campanhas para que seus torcedores que são assinantes do ppv declarem seus times para aumentar a arrecadação. É o caso do Bahia.
"É um método mais lógico (o cadastro)", afirmou o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani. "Sabemos que dá trabalho cadastrar seu time. Demora uns seis a sete minutos. Mas dá um retorno para o clube. Não temos ainda um retorno de qual o impacto (da campanha). Vamos analisar no final."
Com 600 mil cadastrados, a emissora já tem uma amostra significativa já que representa um terço do total de assinantes. A pesquisa do Ibope com os assinantes era feita com uma base menor, mas levava em conta a amostragem da população por Estado e região, assim era menos aleatória e respeitava as proporções de cada Estado.
Com o uso do cadastro, há a previsão de uma correção a ser feita pelo Datafolha no caso de se verificar uma distorção na proporção por Estados. Um exemplo: um estado que tem população que representa 5% do total do país aparecer com 30% de cadastrados.