Não será dia 13, mas a sexta-feira promete ser de temor para o Vasco. Nesta sexta o clube completa três meses de salários atrasados. Isso permite que qualquer jogador entre na Justiça para pedir o fim do vínculo de forma unilateral. Esse fato causa apreensão em São Januário, já que a crise econômica impede que se vislumbre uma solução emergencial: o pagamento de um mês de salário para impedir a saída de atletas.
Mesmo já de férias, os jogadores têm se falado constantemente nos últimos dias. Alguns cogitam entrar na Justiça contra o clube. Entre as informações que transitam entre os atletas é que apenas alguns integrantes do elenco receberiam um mês de salário até esta sexta. Exatamente aqueles considerados mais importantes e com os quais diretoria e comissão técnica desejam contar no ano que vem. Os demais, principalmente aqueles que não terão os contratos renovados, seguiriam a ver navios.
Para não ficar exposto a uma debandada, a diretoria vai se reunir na noite desta quinta-feira com um grupo de investidores, que será o responsável pelo aporte que pode minimizar o problema.
- Para essa questão emergencial, algo vai ser resolvido amanhã. Ainda não é possível dizer o quanto será pago nesta sexta. Além disso, nossa projeção é que até o dia 20 o Vasco pague tudo o que deve aos funcionários - afirmou o vice de finanças do clube, Nelson Almeida.
Mas mesmo que encontre os recursos para quitar um mês de salários, o Vasco continua exposto, mas de outra forma. Existem jogadores reclamando que há um ano e meio não têm depositados os valores referentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). No início do ano, o meia Bernardo entrou na Justiça contra o clube alegando, entre outras coisas, o não recolhimento do FGTS. No entanto, na ocasião os departamentos jurídico e financeiro logo se movimentaram para regularizar a situação.
Especula-se que a dívida com os jogadores esteja na casa dos R$ 10 milhões, entre salários na carteira de trabalho (três meses de atraso), direitos de imagem (alguns chegam a cinco meses de atraso) e premiações. Dessa forma, o clima de incerteza e, principalmente insatisfação, no elenco é muito grande. Mesmo de férias, os atletas se comunicam constantemente em busca de informações e na procura por saber qual será a atitude do companheiro.
Ainda é provável que haja uma tolerância dos jogadores até o dia 20, data estipulada informalmente como a de vencimento dos salários. No entanto, para efeitos legais, a partir desta sexta, dia 7, é possível acionar a Justiça para pedir a tutela antecipada. A folha salarial do Vasco, incluindo os funcionários, gira em torno de R$ 4 milhões, mas existe a projeção de aumento de até R$ 1 milhão no ano que vem.