Goleiro menos vazado do Carioca, com nove gols, Tiago ainda fez dois gols de pênalti. Titular inquestionável do técnico Dorival Júnior, o goleiro Tiago divide com Fernando e Carlos Alberto a tarefa de liderar a jovem equipe. Depois de um ano conturbado, ele vibra com o momento especial e vê um time equilibrado e preparado para ser campeão carioca.
Nesta entrevista, Tiago conta um pouco sobre o porquê de tanta união no elenco cruzmaltino, explica as cobranças internas e demonstra uma confiança rara em São Januário nas últimas temporadas:
- Se pararmos para ver, não tem porque dar errado.
Confira abaixo a entrevista o jogador vascaíno.
LANCE!: Como o time está preparado para o jogo deste sábado?
TIAGO: Ninguém imaginava, nem os mais otimistas, o time em tão pouco tempo estar rendendo, com bons resultados. Agora é decisivo. Não vale três pontos, vale a classificação para a final e contra uma equipe que precisa de duas vitórias para ser campeã carioca. Vai ser um grande jogo e muito complicado.
L!:O ambiente nesse ano é muito bom. Ajuda muito?
TIAGO: É um grupo muito unido, dentro e fora de campo. Aqui todo mundo pode cobrar, não só o treinador. Entre nós mesmos falamos: você poderia ter feito isso, poderia ter feito aquilo. É bacana essa amizade, o respeito. E a torcida tem ajudado bastante. Ela nos motiva, nos incentiva. Isso é ótimo. Sabemos que podemos contar com eles a toda hora.
L!: O comprometimento dessa equipe é um diferencial?
TIAGO: É um ano de mudanças. Todo mundo deixou bem claro isso. É como o slogan: o sentimento não pode parar. E não pode mesmo.
Sabemos da importância que é para todos o projeto de voltar à Série A. É um grupo que quer isso, que batalha, que está feliz e está preparado para tudo. Para o sucesso ou para o insucesso. Você tem de estar preparado, pois convivemos com vitórias e derrotas. Mas é um grupo que está leve, não nos colocamos peso demais para jogar.
L!: É a história de que o elenco está com os pés no chão?
TIAGO: Acabou o jogo contra o Bangu e já estávamos todos no vestiário. Mesmo quem não tinha jogado. Falamos que todos estavam de parabéns e teríamos dois dias para descansar. Aí começaria a grande semana. Até o Pimpão falou que não adiantaria nada chegar sábado e não se dedicar. Temos que ir ao máximo, com cãibras, sem cãibras. Até o fim. A gente já conversou para ter os pés no chão. Espero que dê resultado.
L!: Nota-se um prazer dos jogadores de vestir a camisa do Vasco atualmente. É isso mesmo?
TIAGO: Falo por mim. Estou muito feliz, muito mesmo. Não tem como explicar. Sempre gostei de vestir essa camisa pesada, de tradição. Tenho um carinho imenso por todos que trabalham aqui, torcedores. E quem chegou está assim: pensamento de ser grande, de colocar o Vasco na Série A, com títulos.
L!: O que representaria um título nesse momento para o Vasco?
TIAGO: Um grupo que foi formado em janeiro e estamos em abril sendo considerados um bom time, um dos melhores do Carioca... Con-
quistar um título agora seria perfeito. Se conseguirmos vai coroar um trabalho que começou desacreditado pela maioria.
L!: Em 2008, o Vasco chegou a uma semifinal contra o Flamengo. Agora, no entanto, a perspectiva parece ser outra. É assim?
TIAGO: Não só eu como o clube todo. O Vasco chega bem equilibrado, coeso em todos os setores. Hoje temos zaga, meio-de-campo e laterais fortes. O time está bem, certinho. Se for analisar assim, não tem porque dar errado. Mas futebol não se resume apenas a isso. Nosso time sabe onde o outro está em campo. Isso acontece quando o ambiente está muito bom.
L!: Qual a parcela do Dorival Júnior neste bom momento?
TIAGO: Como comandante ele não pode nos deixar eufóricos. Mas aqui um policia o outro. Se alguém está saindo já, a gente fala: Ei, espera aí. Dorival nunca está satisfeito e isso é bom. Ele sempre quer mais. Eu também sou assim. Senão, começa a regredir.
L!:O time tem pinta de campeão?
TIAGO: Temos trabalhado para isso. Fui perguntado uma vez se o principal objetivo seria a volta à Série A e o Carioca seria um laboratório. Não é assim. Time de massa entra para ganhar, tem cobrança. E formamos um time competitivo, que é difícil de ser batido. Logicamente, derrotas vão acontecer, mas espero que não agora. Espero que passe dessa pinta de campeão para ser campeão mesmo.