As gozações estacionaram nas mesas de bar e sites de humor da Internet. Fora desse universo, mesmo o pior inimigo estenderia a mão para salvar o Vasco do abismo. É o caso do presidente do Flamengo, Márcio Braga, que considera a iminente queda do rival um prejuízo financeiro para o futebol carioca. Dirigentes de Fluminense e Botafogo também juram engrossar a torcida pela salvação do Vasco.
Vejo como algo muito ruim para o Flamengo e até para os outros rivais. Seriam seis clássicos a menos no Brasileirão, destacou Márcio Braga.
O presidente rubro-negro classifica a provável queda como um desastre, considerando que a rivalidade entre os clubes tem um aspecto fundamental:
Seria um desastre o Vasco cair para a Série B, assim como o Fluminense. Esses dois é que sustentam o Flamengo e também o Botafogo, já que a rivalidade é que move a torcida e sua paixão, fazendo com que vá aos estádios e consuma produtos com as marcas dos clubes.
Para Márcio, há o risco até mesmo da perda de interesse do patrocinador pelo produto: Na crise financeira mundial que estamos enfrentando, o esvaziamento de mais um clube carioca na Série A reduziria ainda mais as receitas de patrocinadores dos outros clubes.
O superintendente de planejamento e controle financeiro do Fluminense, Humberto Palma, tem discurso parecido. Para ele, a subida de Santo André, Avaí e Barueri para a Série A não preencherá a lacuna que se abrirá caso o Vasco caia.
O Vasco, forte, produz ótimas arrecadações nos clássicos. Por ser um executivo, vejo o futebol com outros olhos, como um verdadeiro negócio. O pior é que, saindo o Vasco, entrará um clube de menor expressão.
Maurício Assumpção, que assume o Botafogo no dia 2 de janeiro, alerta a diretoria do Vasco para a necessidade de manter uma boa relação entre o futebol e sua torcida:
O Botafogo já esteve nessa situação e o Fluminense também, até pior. O futebol do Rio sobreviveu a isso e vai sobreviver de novo. Mas ainda não está definido e torço muito para o Vasco não cair. Caso isso aconteça, a diretoria tem como trabalhar para manter a torcida perto, como aconteceu conosco, com o Flu, Palmeiras, Grêmio e Corinthians. Todos conseguiram voltar.