A demissão do treinador do futebol profissional ocorrida nesta segunda-feira no Vasco, com apenas 4 meses de trabalho, é um detalhe no teatro da “gestão moderna”. Volta e meia, tais estratégias são anunciadas com muita pompa pelos donos das fórmulas e conceitos administrativos mágicos mais avançados do planeta. Entrega-se, porém, falácia, enganação, omissão e estupidez.
No início, há um truque básico para convencer os obstinados pelo Vasco: o uso da palavra pla-ne-ja-men-to. Folhetos, apresentações, números, estratégias, parafernalia eletrônica colorida e repleta de planilhas dão o verniz da narrativa que se quer alimentar. Mas pouco tempo passa até que se perceba que o planejamento não é nada além de uma aventura que pode custar caro para o clube no final da temporada.
É certo que o senhor Marcelo Cabo vinha desempenhando um papel aquém daquele que é necessário para o Vasco neste campeonato de baixíssimo nível técnico. Mas também é correta a constatação de que tão perdido quanto ele estão seus comandantes, o executivo do futebol e o presidente do clube. Tropeçaram na formação do elenco, apostaram em fórmulas atrasadas, comeram todos da mesma sopa, mas só o treinador pagou a conta.
A cantilena modernista que procura se apoiar em fetichismo semi-administrativo, o profissionalismo de boutique, ainda não foi capaz de fazer com que o time de futebol dê um passeio sequer pelo Z8 da série A. Pior: mesmo com São Januário liberado só para jogos, o mandante é obrigado a atuar em um gramado em péssimo estado e sob uma iluminação de boate.
Definitivamente, quem não consegue oferecer aos próprios atletas campo de jogo decente, dificilmente poderá acertar na formação de uma comissão técnica que não seja volátil e de um plantel que não esteja ali apenas batendo o cartão de ponto.
Espera-se que o fracasso retumbante dos tabajaras biônicos seja estancado do vestiário para dentro de campo enquanto der tempo neste campeonato no qual vitórias são obrigatórias em todas as rodadas. Porque do vestiario para fora o clube é um antro de afetados em arrogância e prepotência, disputando nichos e crachás sob fome que de tão exagerada, chega a causar suspeitas.
Esperemos o próximo planejamento de longo prazo garantido e contratado em lojinhas de 1,99. Aos vascaínos cabe sonhar que dessa vez o Lego venha completo. Até lá, os torcedores terão a sua chance de resignação: lembrar, sempre, que a nomeação dos atuais diretores e conselheiros tem origem em uma canetada, que, sim, os faz biônicos, mas não resolve as suas respectivas incompetências escancaradas.
Grupo FUZARCA!