Não vou falar do que é triste. Não quero pontuar falhas, desvios, erros. Hoje não há crítica. Hoje não há lamento, tristeza, preocupação. Hoje, se teremos jogo, o resultado pouco importa.
Hoje é dia de celebrar a saudade, o presente e o futuro. Porque é preciso entender que o Vasco não se restringe a um time de futebol. Não se restringe à mais rica História esportiva do mundo. Não paralisa nas alegrias e decepções. Não representa um símbolo isolado no tempo.
O Vasco é o que você é. O Vasco é o que eu sou. Nossas famílias, nossas certezas inexatas, nossas glórias doloridas, nossas frustrações desmedidas. É o que nos resta, mas o que nos fez. É o que desejamos todo dia, na medida exata dos erros cometidos, do sofrimento e na esperança de que tudo, um dia, volte ao mais profundo dos nossos sonhos.
Sinceramente, gostaria de abraçar a cada qual dos vascaínos. Nós nascemos sem perspectivas. Num bairro pobre. Numa era ainda mais repleta de preconceitos. Tínhamos tudo para dar errado. E mantivemos a chama acesa. Somos parte dela.
E se o Vasco vive, é em função da resistência de cada qual dos seus avós, seus pais, das senhoras, dos senhores, seus filhos, do que persiste. Somos frutos da persistência e, por isso, damos vida eterna à maior Instituição do mundo.
A inquietude é a nossa propulsão. Mais: a resiliência é a nossa essência.
João Carlos Nóbrega.