Torcida

Guerreiros do Almirante homenagearam Pai Santana (com foto)

No último sábado em São Januário, na partida contra o Goiás, os torcedores que participam do grupo denominado \"Guerreiros do Almirante\", movimento que chegou inovando nas arquibancadas da Colina Sagrada e alterando o conceito das torcidas organizadas ao incentivar o time o tempo todo, saudando seus jogadores e, principalmente, o clube e suas tradições, fez uma bela e justa homenagem a um dos maiores ícones da história vascaína: Pai Santana.



Conheça um pouco mais sobre este grande personagem da história do Vasco da Gama:

Há quem diga que o bom homem é um misto de bruxo, figura paternal, conselheiro daqueles que o procuram. Adjetivos não lhe faltam e histórias muito menos. Há meio século no Vasco Santana acompanhou o surgimento e as conquistas de várias gerações. Iniciou a sua carreira gloriosa no início dos anos 50, como lutador de boxe. Em 1954 fez a sua estréia como massagista do futebol profissional em um jogo contra o Bonsucesso. Excelente contador de \"causos\" essa figura incrível já aprontou inúmeras confusões em nome do seu amor à cruz de malta, chegando até a interferir em resultados de jogos com \"seus poderes\".

Entre os seus \"causos\" famosos tem o de 1974. O Vasco disputava um jogo que o levaria às finais do Brasileiro contra o Cruzeiro no Mineirão. \"Uma senhora me disse que, se eu colocasse 3 ovos no campo, o Vasco ia mudar o placar. Coloquei os ovos, mas no meio da confusão, o Pérez, que era um jogador importante na nossa equipe, escorregou neles e me disse. Pai, tinha 3 ovos no campo, escorreguei neles e torci o meu pé. No lugar dele entrou o Jailson, que meteu um gol logo de cara. Com esse resultado ficamos muito bem e voltamos a pegar o Cruzeiro na final, só que no Maracanã\". Santana já desceu de helicóptero lá dentro da Gávea para botar despacho no campo.

Pai Santana fez amizades maravilhosas no Vasco. Viveu toda a história do goleiro Barbosa. \"Um belo dia ele se machucou, tinha quebrado a perna e estávamos sem goleiro reserva. O Vasco estava jogando no Maracanã, quando o Carlos Alberto, que jogava na categoria de baixo foi chamado nas arquibancadas para compor a equipe\".

Santana viu também o craque Roberto Dinamite batendo bola na escolinha do infantil até se tornar o maior ídolo vascaíno. Chegou a dirigir o time do Vasco ganhando em 1974 um torneio em Curitiba, pois o técnico e seu auxiliar tiveram que retornar rapidamente ao Rio, antes mesmo do primeiro jogo. Santana assumiu e ganhou o título, mas falou após a conquista \"nunca mais na minha vida quero ser treinador!\".

Santana afirma que o dia a dia no Vasco o faz chorar de alegria. Considera São Januário uma cidade, dado o número de modalidades que o Clube compete. \"Eu nunca ouvi falar em um clube que ofereça apartamento para seus atletas, aqui tem!\", arremata a doce e simples figura. Santana conta que há três anos esteve muito mal, os jogadores saíam do Clube e iam todos ficar com ele no hospital. \"Numa época em que ninguém se preocupa com ninguém, uma organização para por sua causa, apavora\", disse Santana.

O grande Pai Santana afirma que quando entra em campo saúda a torcida maravilhosa que sempre grita o seu nome. Para corresponder a esse amor passou a colocar a bandeira do Vasco no chão e beijá-la. E finaliza; \"Não há dinheiro no mundo que pague este amor. Eu nem sou atleta e eles gritam o meu nome. Quando eu saio à pé, sou parado e dou autógrafo\". Pai Santana, misto de bruxo, pai, conselheiro e patrimônio eterno do Club de Regatas Vasco da Gama.

Fonte: SUPERVASCO.COM
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