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Gui ganha réplica de troféu da FIFA e festeja: ‘O mundo todo me conhece'

“Sou um milagre do Altíssimo”. A frase está na bio do perfil que Guilherme Gandra Moura mantém no Instagram. Seguido por pouco mais de 1 milhão de pessoas, esse garoto de apenas 10 anos, tem muito a ensinar sobre as palavras da moda: resiliência, superação, empatia e reciprocidade. Mas não é pelo hype. É pelo significado que cada uma delas tem, acrescidas de paixão e alegria, na vida do Menino Gui, como se tornou conhecido no Brasil, e agora no mundo inteiro.

Gui sofre de uma doença rara e autoimune chamada epidermólise bolhosa, que faz com que sua pele fique tão fragilizada, que, invariavelmente, surjam feridas e bolhas ao menor atrito. Ou seja, uma aproximação mais ruidosa, um abraço mais apertado que seja, podem comprometer a saúde do garoto.

Só que a vida, essa senhora cheia de complexidade e mistério, tratou de colocar o universo inteiro para abraçar Guilherme. No último dia 18, ele conquistou o troféu Torcedor do Ano no “Fifa The Best Football Awards”. Sim, um prêmio internacional por ser o maior fã que o Vasco da Gama, seu time do coração, tem. Na publicação da Fifa em seu perfil oficial, a fotinho de Gui vem ao lado da de Vinicius Jr.. Pois é, o melhor jogador do mundo e o maior torcedor do mundo de 2024. O presente de Natal chegou antes do esperado.

“Nossa, eu fiquei muito feliz, agradeço muito todas as pessoas que votaram em mim. Eu nem acreditei. Caraca, o mundo todo sabe quem sou eu!”, diz, ainda surpreso, com o tamanho de sua fama.

O troféu oficial ainda não chegou ao Brasil. Gui imagina que ele vai vir na mala de Vini Jr. quando ele chegar ao Rio para passar uns dias de férias. Só que a vida, ah, essa danadinha de novo, colocou outro Vinicius no caminho de Guilherme. O “Duende Valle”, do Valle Natalino, levou para ele uma árvore de Natal temática com tudo o que ele mais ama. O Vasco, claro, as figurinhas com os astros do esporte, dos quais ele é fã, e uma réplica idêntica ao prêmio da Fifa.

“Ela não sai da minha mão. Vou dormir com ela”, avisa, empolgado, já levando o presente para mostrar aos amigos do condomínio.

E de pensar que no Natal passado, Gui ainda lidava com as sequelas de 16 dias em coma por conta de uma pneumonia, em junho de 2023. Ele ainda não tinha se livrado das consequências dos sedativos, nem da medicação, mas já saboreava os primeiros resultados da fama, que acabou acontecendo justamente por viralizar num vídeo que mostrava o reencontro emocionante com sua mãe, Tayane Gandra.

“Foi um momento destes que a gente nem sabe como acontece e, de repente, todos passaram a conhecê-lo. Costumo dizer que os propósitos de Deus são um mistério. De repente, meu filho, para quem muitos já olharam com pena, receio e até preconceito, estava ali, servindo de exemplo para tantas outras pessoas que têm a mesma doença, jogando luz sobre quem se considera invisível e à margem da sociedade. E tudo isso com uma autoestima inacreditável, ele nunca teve vergonha da doença dele”, avalia Tayane.

Ela achava que esse frenesi instantâneo, como tanta coisa efêmera que a internet produz, seria passageira. Mas, daí surgiram os jogadores, estrelas como Neymar, que queriam conhecer o Menino Gui, E não só atletas. No dia da premiação da Fifa, ele recebeu uma chamada do Presidente Lula, que havia acabado de sair do hospital após uma cirurgia no cérebro.

“Foi uma honra falar com o senhor presidente Gostei muito de conhecer também a Ludmilla e a Juliana Paes, e o David Luiz”, enumera Gui, que está em plena campanha para “levar” o zagueiro ex-Flamengo para um baile na Barreira: “Se depender de mim, ele vai”.

Ser conhecido no mundo do futebol teve um efeito sobre a saúde de Guilherme que talvez nem a medicina conseguisse. Com as crises que tinha desde o nascimento, a cada dois meses ele era internado. Agora, a história está sendo recontada.

“Há 1 ano e 7 meses que ele não precisa de internação”, comemora Tayane: “Tudo isso tem um efeito muito benéfico pra ele”.

Tayane também sabe que, de uma hora para a outra, o interesse pelo influenciador pode acabar. E conversa muito com Gui para que ele mantenha os pés no chão: “Ele tem muita consciência disso e entende que tudo na vida é passageiro”.

Gui entende de muita coisa. Ainda que não saiba o quanto a sua vida modificou e modifica a de outras pessoas. Hoje, quando sai na rua, ele é parado a todo momento por gente que quer uma foto, dizer o quanto o ama, levar uma palavra de carinho. Receber outra de conforto...

“O carinho, o afago que ele recebe, não sei te explicar. Deus é tão perfeito, que todo esse processo foi sendo amenizado. De uma doença dolorida e muito cruel, ainda mais para uma criança, nasceu um propósito maior. Ninguém olha mais o Gui como um coitadinho. Ele é um herói”.

— Tayane Gandra, mãe do Menino Gui

Fonte: Extra
  • Domingo, 08/12/2024 às 16h00
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