Janela. A palavra provoca calafrios no torcedor. Pudera. Quando ela se abre, o seu time dificilmente deixa de perder um jogador importante. Em um mês, lá se foram André Santos, Cristian, Ibson, Keirrison, Nilmar e Ramires, entre outros. Veja abaixo o programa Baú do Assaf gravado na redação do L! Rio
O êxodo de jogadores brasileiros para o exterior porém não tem absolutamente nada de novo. Começou na década de 1930. Isso mesmo.
Faz 80 anos que o nosso futebol perde craques para o exterior. Os pioneiros foram o goleiro Jaguaré e o meia Fausto Maravilha Negra dos Santos. No Brasil, o regime era amador. Assim, ambos deixaram a delegação do Vasco, que excursionava pela Espanha, se rendendo às pesetas oferecidas pelo Barcelona.
Em seguida, duas lendas do futebol brasileiro Domingos da Guia e Leônidas da Silva também saíram em busca da independência financeira. Europa? Não. Na Argentina e no Uruguai, no Boca Juniors e no Peñarol, que estavam anos-luz à nossa frente.
Para a Europa, aliás, naquela época, também se foram vários como Del Debbio, De Maria, Serafini, Gabardo, Fantoni, Canali e Filó, que saiu como Amphilóquio Marques, para jogar na Lazio, de Roma, e que conquistou, como Guarisi, a Copa do Mundo de 1934 pela Squadra Azzurra. É isso, Filó, ou Guarisi, foi o primeiro brasileiro campeão mundial. Vinícius e Dino, atacantes do Botafogo, se estabeleceram igualmente na Itália, nos anos 1950. Evaristo de Macedo fez história no Barcelona e no Real Madrid.
Mas foram efetivamente os craques campeões mundiais de 1958 e 1962 Orlando Peçanha, Dino Sani, Didi, Moacir, Joel, Mazzola, Jair da Costa, Amarildo e Vavá que abriram definitivamente as portas da Europa para o jogador brasileiro.
Por causa desses pioneiros, é claro, dos títulos de 1970, 1994 e 2002, é que o Brasil tem mercado garantido no exterior.
Brasil já exportou 530 em 2009
Quanto tempo Pelé ficaria no Brasil atualmente? Pois o maior jogador da História do futebol só foi para o exterior com 35 anos, após encerrar a carreira no Santos, atraído por uma proposta formidável daWarner Brothers, a proprietária do NewYork Cosmos. Gênios como Nilton Santos, Garrincha, Gérson e Tostão, por exemplo, só atuaram aqui. Mas os tempos mudaram. Dos 22 jogadores que ganharam o tetra, em 94, o goleiro Zetti foi o único a permanecer nos país.
Da turma dos 23 pentacampeões, em 2002, só ficaram Marcos e Rogério Ceni. Em 2009, já se foram 530 jogadores brasileiros para o exterior.