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Há um ano da primeira eleição direta, política do Vasco esquenta

Foto: Thaís Magalhães/ReproduçãoCampello

O tempo voa e o Vasco já está às portas de mais um ano eleitoral. Dessa vez, com a novidade do voto direto dos associados para presidente. A política acontece com força nos bastidores de São Januário, cada grupo com uma estratégia diferente, mas a mesma dúvida: Alexandre Campello tentará a reeleição?

A pessoas próximas, sinaliza que sim. Os desempenhos financeiro e esportivo do clube em 2020 serão preponderantes para que decida ser candidato. A migração do futebol profissional para o centro de treinamento em construção e o andamento do projeto de reforma e ampliação de São Januário são dois trunfos na manga. Mas há ao menos duas forças que podem ofuscar o médico.

Uma delas é a ascensão do grupo “Desenvolve Vasco” na base política da situação. Figuras como Adriano Mendes, vice-presidente de controladoria, e João Marcos Amorim, vice-presidente de finanças, ganharam luz própria na gestão e já há quem defenda que um dos dois seja o candidato da situação. Ambos, inicialmente, dizem não ter interesse na presidência. O certo é que existe a cobrança, dentro de sua base, para que a diretoria administrativa dialogue mais com os outros departamentos.

A outra força é a rejeição de Campello, resquício da forma como venceu a eleição em 2018, rompendo com Julio Brant e fechando um acordo com Eurico Miranda. Ainda que diluído ao longo dos dois anos de gestão, o rótulo de golpista ainda o ronda e deverá ser usado por rivais na disputa. Dependendo do quanto a rejeição pesar, ele deverá ouvir de aliados a sugestão para que abra caminho para outro nome da base.

Um dos grupos que acusam Campello de traição é o “Identidade Vasco”. A corrente já iniciou os trabalhos de pesquisa para identificar os nomes com menor rejeição dentro do quadro social, o que deverá nortear o caminho a seguir. Eles não descartam apoiar Julio Brant em uma disputa contra Campello. Mas a grande aposta é de que apoiarão Luis Manuel Fernandes, conselheiro aliado de Eurico Miranda na última gestão. O “Casaca” também ensaia uma aproximação do professor universitário. Se conseguir os votos dos dois grupos, numerosos no quadro social, Fernandes virá forte para a eleição.

Quem está garantida no pleito do ano que vem é a “Sempre Vasco”, que deverá lançar novamente Julio Brant como candidato. O grupo perdeu o apoio da “Confraria Vascaína”, mas conversa com “Pró-Vasco” e “Expresso da Virada”. A chance de fazer grandes alianças, como a da eleição passada, é muito pequena: depois do problema com Campello e “Identidade Vasco”, deverá vir com todos os cargos eletivos dentro de seu grupo.

Formar chapa é desafio

Luiz Roberto Leven Siano segue o caminho de conversar com o máximo de grupos possíveis. Ele se reuniu com um grupo de beneméritos, entre eles Jorge Salgado, José Carlos Osório e Carlos Roberto Osório. A intenção é quebrar a desconfiança em torno de seu nome. O investimento na campanha é pesado e há um mês ela é liderada por Jackson Vasconcelos, responsável pela eleição de Peter Siemsen no Fluminense.

O desafio para Leven Siano é montar a chapa de 162 conselheiros necessária para um sócio se candidatar à presidência. Na eleição do ano que vem, haverá uma mudança na montagem das chapas. Cada candidato terá de apresentar os 162 conselheiros únicos, com direito à assinatura. Antes, bastava colocar o nome de um sócio apto para ser conselheiro. Era recorrente o mesmo nome aparecer na lista de dois ou mais candidatos.

Fonte: O Globo
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