Por causa do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, comemorado no dia 28 de junho, a semana no futebol brasileiro e mundial foi marcada por manifestações contra o preconceito e a intolerância. As cores do arco-íris, que é a bandeira da luta anti-homofobia, tomaram os estádios, faixas de capitão, uniformes... Tudo isso fez com que um jovem goleiro do Vasco tomasse uma decisão: a partir de agora vai vestir a camisa 24.
Halls, 22 anos, cria da base vascaína, procurou a comissão técnica nos últimos dias e pediu para usar o número 24, que no Brasil é carregado de um simbolismo pejorativo e homofóbico - a CBF recentemente foi ordenada pela Justiça a explicar por que a seleção brasileira é a única que não estampa a numeração na Copa América.
- Eu me sinto honrado em poder usar a 24, ainda mais durante esta campanha onde o Vasco se posicionou sobre a causa LGBTQIA+ contra a homofobia e a transfobia. Há alguns anos até cogitaram banir o número no futebol brasileiro só por conta da associação ao jogo do bicho - mostra-se consciente o goleiro vascaíno.
"Muitas pessoas se sentiam constrangidas em usar a 24, e a gente veio quebrando os tabus. Hoje me sinto honrado, inclusive por estar ajudando numa causa muito bonita. É um gesto simples e grandioso", completa ele.
Descoberto pelo Vasco em 2015, após passagem pelo Artsul, Hedge Halls Rocha atualmente faz parte do time principal e deve passar a ser relacionado pelo técnico Marcelo Cabo por causa da convocação de Lucão para as Olimpíadas. Ele disputou a Série B do Brasileirão pelo Náutico no ano passado e o Campeonato Mineiro pelo Boa Esporte no início deste ano, ambas por empréstimo.
O novo camisa 24, nascido em Nova Iguaçu, conta que o levou a fazer isso foi o sucesso da campanha do Vasco, cujo uniforme com a faixa nas cores do arco-íris bombou nas vendas. Na vitória por 2 a 1 sobre o Brusque, pela Série B do Brasileirão, Germán Cano comemorou seu gol levantando a bandeirinha colorida do escanteio num gesto que rodou o país.