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Helder tem contrato com Nancy até 2013 e é são-paulino

Feliz com o nascimento do filho, o lateral-direito Helder, do Nancy-FRA, conversou exclusivamente com o Futnacional esta semana. Em conversa franca, o jogador falou sobre o momento do futebol brasileiro, francês, o time de coração e a vontade de voltar ao Brasil, jogar ao lado de Rogério Ceni e no time de coração o avô, entre outros assuntos. Confiram:

Você começou a carreira no Juventude, mas é natural de Ribeirão Preto. Como foi parar em Caxias do Sul?

Antes de ir ao Juventude, tive uma passagem pela Grécia, só que voltei e estava sem clube, iria parar de jogar bola. Foi quando um amigo me disse que poderia arranjar um teste para mim no Juventude e eu concordei. O engraçado é que fiz o teste como lateral-direito, posição que nunca havia jogado.

Quando subiu aos profissionais do Juventude, coincidiu com as seguidas quedas do clube. Como vê esse momento do Juventude?

O engraçado é que não peguei nenhuma queda do clube jogando pelo time. Joguei em 2006 e em metade do ano de 2007, quando fui emprestado para o Inter, até janeiro de 2008, período que o Juventude havia caído no Brasileirão. Voltei ao Juventude em 2008, onde joguei o Gauchão e algumas partidas do Brasileirão. Fiquei muito triste com as quedas do clube, pois minha esposa é de Caxias, os pais dela são torcedores do Juventude e sempre quando me perguntam o time do qual joguei no Brasil, eles se assustam ao ver o Juventude na quarta divisão. Fico muito triste com isso.

Logo em 2008 foi para o Nancy. Como foi a ambientação na França?

Para falar a verdade, não estava muito favorável a esta troca. Havia feito um bom Gauchão e tinha propostas para ficar no Brasil, de Inter e Corinthians, mas acabei arriscando de sair do Brasil. Saí muito cedo, com 19 anos, e foi muito difícil no início. O futebol é muito diferente, no Brasil o lateral tem muito mais liberdade, tive que aprender muita cois tática na França. A culinária também dificultou, porque na época não havia nenhum restaurante português, que poderia suprir esta falta. O que me deu mais tranquilidade foi estar com a minha família. Se não fossem eles, teria saído há muito tempo.

Fala-se muito que o futebol francês exige bastante da parte física. Existe realmente esta diferença e como foi para se acostumar ao estilo?

Sofri bastante. No início, para eu me acostumar, o treinador me colocava como meia direita, precisei de uns dois ou três meses para me acostumar à lateral. Aqui, o futebol é muito rápido, sem a cadência ou o espaço que existem no Brasil. Aqui, antes de dominar a bola, você tem de saber o que fazer. Tive de aprende as coisas na marra, até porque tinha apenas 18 jogos como profissional no Juventude antes de chegar ao Nancy. Tive de aprender muitas coisas sozinho, mas também tive a ajuda do André Luiz, outro brasileiro que joga aqui. Mas foi bem difícil.

A partir de 2009, rodou pelo futebol romeno, passando por Rapid Bucareste, Dínamo Bucarest e Timisoara. Como foi essa passagem pela Romênia?

Para ganhar mais experiência, pedi ao Nancy para ser emprestado. Muita gente se surpreende quando digo que o futebol romeno parece um pouco com o brasileiro. Não pela técnica, mas pelo espaço, não é pegado como na França. No meu primeiro ano no Nancy, joguei 15 jogos, enquanto na Romênia eu joguei quase 60 partidas em dois anos. Aprendi o que faltava jogando na Romênia.

Desde 2011 voltou ao Nancy. Como vê o momento atual do clube?

O Nancy sempre vai surpreendendo. Para ser sincero, o clube sempre disputa a parte intermediária da tabela, apesar de termos ficado em quarto lugar quando eu cheguei, disputando a antiga Copa da Uefa, na qual até marquei um gol. O problema é que sempre começamos mal o Campeonato Francês, como nosso momento atual. Estamos em último lugar.

Porém, na penúltima partida, enfrentamos o Paris SG e tivemos mais posse de bola, criamos chances, mas eles têm o Ibrahimović, que faz a diferença. Nunca vi um atacante tão completo como ele, é incomparável. Aqui no Nancy a gente brinca que somos um time de guerreiros, não tem ninguém que é o diferencial, lutamos juntos.

Sobre o PSG, como foi jogar contra eles? O time destoa bastante da outras equipes francesas no momento?

Desde que cheguei à França, há quatro anos, acompanho o Paris. Eles sempre tiveram um bom nome, talvez sejam os maiores juntamente com o Olympique de Marselha. Só que, com as chegadas do Ibrahimović, Thiago Silva e outros, o Paris se tornou uma equipe muito mais respeitada por todos. Quando se enfrenta o Paris, não é a mesma coisa do que se enfrentar um Nice, por exemplo.

O que falta ainda para eles é o futebol coletivo. Quando começarem a jogar assim, serão uma das melhores equipes na Europa. Eles têm jogadores muito bons, quando jogarem coletivamente, ninguém irá segurar eles.

Com a ascensão do PSG, o futebol francês voltou a ficar em alta. Já dá para perceber que o futebol na França está sendo mais analisado do que antigamente?

Sim, a aposta deles está dando certo e, assim, outras pessoas começam a olhar nosso campeonato. Por exemplo, o valor pago pelos direitos de imagens aos clubes aumentou. O futebol está conseguindo se sair vendendo a imagem não só do PSG, mas de outros clubes, como o Lille, que trouxe o Kalou.

Seu contrato com o Nancy termina em 2013. Pretende voltar ao Brasil?

Conversando com minha esposa, chegamos a conclusão de que nosso tempo aqui está acabando, ainda mais com o nascimento do meu filho (Benjamin) na última semana. Estamos a quatro anos rodando fora do Brasil e tenho 24 anos de idade, tenho uma vontade e a esperança de voltar ao meu país.

Todo jogador tem o sonho de jogar um dia por um grande clube brasileiro e eu não consegui isso, até porque joguei pelo Inter só em categorias de base. Como em dezembro eu já poderei assinar um pré-contrato com qualquer outro clube, tenho esta vontade se voltar ao Brasil e penso muito sobre isso.

Tem algum clube brasileiro que tem o sonho em atuar?

Sempre fui são-paulino, desde criança, mas hoje existem três clubes que tenho muita vontade de jogar. Um é o São Paulo FC, o meu time de coração, o que eu sempre sonhei em jogar. Quando garoto, jogava bola na várzea como goleiro e, a cada defesa que fazia, gritava o nome do Rogério Ceni, jogar ao lado dele seria um sonho. Outro clube é o Corinthians, time do meu avô. Antes dele falecer, prometi que jogaria no clube do coração dele, mas não deixarei de ser são-paulino (risos).

E tem outro clube que também tenho no coração, gosto muito, é o Inter. Fiquei oito meses lá e fui muito feliz, tem um espaço enorme no meu coração.

Fonte: Futnacional
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