Se o Vasco é o time da virada, ninguém melhor do que os próprios jogadores do clube para confirmarem isto. Mesmo os que já o deixaram há mais tempo sabem que nada está perdido. Tradicionalmente uma final é cercada de enorme expectativa e histórias de rivalidade e reviravoltas são lembradas.
Diante do atual quadro da final da Copa do Brasil, os vascaínos à distância procuram mostrar que apoiam o time e acreditam no título, mas dão suas receitas para a virada, que seria histórica.
\"O Vasco virou aquele jogo da Mercosul por que teve determinação e amor ao uniforme que vestia. Por isto revertemos um quadro adverso. Nestas horas o coração vale demais, intimida o adversário\", disse o goleiro do Porto, Hélton, que estava no gol do Vasco naquela noite de grande alegria para os vascaínos. \"Hoje vejo a situação ainda melhor, mas se não focar, não vence e ainda perde. Tudo vai ser complicado. Qualquer ataque do adversário será uma decisão e você tem que superar tudo. Se a torcida vaiar num passe errado, tem que insistir. Ter personalidade\", completou o jogador.
Para Bóvio, sem desespero
Ainda mais confiante está o meia Ricardo Bóvio, hoje no Málaga da Espanha. Bóvio disse que acredita em seus amigos, e ele tem muitos lá, e por esta razão não vê razão para desespero e desconfiança.
\"Eu fiz minha estréia no Vasco num 5 a 1 contra o Flamengo. Não acredito neste negócio de escrita e se ela existe é para ser vencida. Quem é formado em casa sabe que vencer o Flamengo desde pequeno é obrigação. Talvez os jogadores que não sejam da casa tenham sentido isto. Talvez não saibam o que é decidir contra o Flamengo. Quem é da casa é que deve puxar pelos que são de fora. É um negócio muito sério um jogo como este, em qualquer categoria ou modalidade. Acho que com vontade e um esquema ousado, o Vasco vira isto. O Flamengo tem um time bom, mas que pode ser derrotado, até por 3 gols de diferença. Vou ligar para meus parceiros no clube e dizer isto para eles. Tem que entrar para esculachar, jogar muito\", afirmou o volante, que pode estar mudando de clube a qualquer instante.
Outro que mesmo distante ainda nutre pelo Vasco um sentimento forte é o zagueiro Wescley. Revelado pelo clube e agora atuando pelo Corinthians, o jogador, formado com muitos do atual elenco vascaíno, como Morais e Igor, disse que acredita muito na virada. Depois do jogo de quarta Wescley falou com alguns e ouviu de todos que a história vai ser diferente.
\"Senti o pessoal mordido demais, como nunca vi. É uma chance que ninguém pode jogar fora. O Vasco é o time da virada e assim será. O jogo vai ser complicado demais, mas é hora de superação. Tem que entrar para atropelar\", concluiu o jogador, que foi campeão pelo Vasco em 2003.
Lopes acha que faltou espírito
O treinador Antônio Lopes, hoje no Goiás e que é a própria cara do Vasco, achou o time sem espírito de decisão, e que por isto acabou perdendo.
\"O Flamengo foi melhor e venceu com méritos. Para o segundo jogo o trabalho do Reanto tem que ser muito forte na cabeça dos jogadores. Ele deve mostrar que nada está perdido e que o Vasco vai enfrentar uma dversário igual a ele. E muito importante é fazer o time atacar sem ser desordenado. Assim vejo chance de reverter o quadro. As equipes se equivalem e nesta hora a cabeça fria e o coração prevalecem\", disse Lopes, que também trabalhou no Flamengo, mas que tem identificação eterna com o clube da colina.
De Portugal, confiança
Com menos prestígio mas com passagem pelo Vasco, o atacante Cadú e o zagueiro João Carlos, um no União de Leiria de Portugal e outro no Lokeren da Bélgica, também acreditam na virada.
\"Me lembro da decisão com o Fluminense em 2003. Ninguém estava acreditando, o Fluminense era tido como melhor e vencemos. Os garotos do Vasco empurraram o time deles
para dentro e fomos campeões. Sei que a história é diferente agora, mas é na adversidade que colocamos para fora o nosso melhor. Eu acredito\", disse Cadú.
Já João Carlos, eleito o melhor zagueiro do futebol Belga na temporada 2005/2006 e na Europa há quatro anos, falou como se certo da vitória.O jogador, que deixou o Vasco em 2002, acredita no Vasco e acha que a fórmula é pensar no torcedor.