Um gol do zagueiro Luizão aos 46 minutos do segundo tempo evitou que o Vasco terminasse a rodada a apenas dois pontos da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e fez, ao menos temporariamente, a diretoria economizar R$ 480 mil, valor que teria de desembolsar caso demitisse o técnico Antônio Lopes. O empate em 1 a 1 com o Goiás, em São Januário, no entanto, não tranqüiliza o ambiente. Caso volte a jogar mal e perca para o Atlético-PR, domingo, na Arena da Baixada, Lopes pode cair.
— Merecíamos o empate pelo que fizemos no segundo tempo — disse Lopes, minimizando as vaias e a pressão por sua saída. — Estou acostumado.
Torcida chama técnico de burro e vaia Morais Como já acontecera contra o Flamengo, o Vasco se mostrava desorganizado taticamente.
Morais, que completava 24 anos, até tentava articular o time, mas, pouco inspirado, parava na forte marcação goiana. As saídas pela direita, com Wagner Diniz e a aproximação de Leandro Amaral e Alex Teixeira, e pela esquerda, com Pablo e Jean, não davam resultado, principalmente, pelos erros de passe que atrapalhavam as jogadas.
Aproveitando-se dos buracos no sistema defensivo do Vasco, o Goiás ganhava volume de jogo, explorando sempre a velocidade do lateral Júlio César. A primeira boa chance do jogo, no entanto, foi do time da casa. Numa tabela com Leandro Amaral, aos 26 minutos, Alex Teixeira apareceu na frente de Harlei, mas, desequilibrado, chutou fraco e goleiro defendeu. O Goiás respondeu aos 37, num chute de Ramalho que Tiago espalmou.
Dois minutos depois, num contraataque fulminante, o goleiro salvou com o pé chute de Alex Terra. O Goiás abriu o placar aos 42, num lance casual.
Júlio César cobrou escanteio pela esquerda, houve um desvio de cabeça da zaga, a bola bateu no ombro de Romerito e entrou. O técnico Antônio Lopes foi para o vestiário sob o coro de burro e Morais sob vaias do torcedor.
O time voltou com Valmir e Edmundo nos lugares de Pablo e Alex Teixeira, mas, de início, nada mudou. Mesmo sem jogar bem, o Goiás tocava a bola em velocidade e atormentava a defesa carioca. Àquela altura, o Vasco era um bando de jogadores correndo desordenadamente.
Aos 24 minutos, o juiz Wilson Seneme marcou falta na entrada da área. A torcida pediu Tiago, Lopes proibiu que o goleiro cobrasse e Edmundo chutou para a defesa parcial de Harlei. No lance seguinte, Alex Terra quase surpreende e faz o segundo. Na base do abafa, o Vasco buscava o empate, mas não tinha sucesso nas bolas alçadas na área. Até que, aos 46, Leandro Amaral cruzou e Luizão acertou bela cabeçada, evitando o vexame e a queda do técnico.
Vasco: Tiago, Luizão, Eduardo Luiz e Rodrigo Antônio; Wagner Diniz, Jonílson, Morais, Alex Teixeira (Edmundo) e Pablo (Valmir, depois Mádson); Jean e Leandro Amaral.
Goiás: Harlei, Hernando, Henrique e Paulo Henrique; Vítor, Ramalho, Adriano Gabiru (Felipe), Fernando, Júlio César e Romerito; Alex Terra (Pituca).
Juiz: Wilson Luiz Seneme (SP).
Cartões amarelos: Hernando, Paulo Henrique, Jonílson e Ramalho.
Público: 4.083 pagantes Renda: R$ 65.145,00.
Gols: Romerito, aos 42 do primeiro tempo e Luizão, aos 46 do segundo tempo.