Sim! Telê Santana, também, foi vascaíno. Por pouco tempo. Mas foi. Tudo por causa de uma conversa fiada, com o jornalista Teixeir Heizer, quando assiatiam a um jogo, no Maracanã. Já aposentado, já um ano e meio, Telê contou, nomeio do bate-papo que vinha bantendo umas peladinhas, de futebol de campo e de salão, para não ficar enferrujado. Foi quando o amigo o indagou se ele admitia voltar aos gramados.
Mineirinho esquivo, de convesra marota, Telê achava que sairia pela tangente, dizendo que só voltaria ao futebol profissional, rigorosamente, se fosse para atender a um pedido de um outro grande amigo, o seu lançador, Zezé Moreira. Se deu mal! A conversa chegou aos ouvidos do homem, que não perdeu tempo, e o convocou a comparecer a São Januário.
Telê estava com 34 anos nascera em 26 de julho de 1931 , mas consevava o biótipo dos tempos em que defendera Fluminense, Guarani de Campinas-SP e Madureira-RJ. Evidentemente, não poderia mostrar um preparo físico 100%, mas em seu primeiro treino no Vasco da Gama-1965 mostrou que ainda conservava a sua boa visão de jogo, o bom passe e a capacidade de produzir jogadas inteligentes. Diante do que mostrara, Antônio Soares Calçada lhe ofereceu Cr$ 350 mil cruzeiros mensais e ele assinou contrato com quatro meses de duração
A ligação de Telê com Zezé Moreira começara em 1951, quando ele era centrovante do time juvenil do Fluminese. Precisandode um atelta com muito fôlego para tarbalhar pela ponta-direita, Seu Zezé entregou-lhe a missão e foram campeões carioca repetiram o feito, em 1959. Dois anos depois, a história tricolor de Telê terminava. À Revista do Esporte, Telê, que vinha trabalhando como comentarista esportivo da Rádio Tupi, justificou a vestida de sua quarta jaqueta: ... tenho a certeza de que poderei ser útil ao Vasco... se calcei de novo as chuteiras como profissional, asseguro que não foi por vaidade.
Como Zezé Moreira tinha um time quase constante, Telê só entrou em um jogo do Campeonato Carioca, em 14 de novembro de 1965, o da vitória, de virada, por 3 x 1, sobre a Portuguesa, no Maracanã, apitado por Frederico Lopes, com renda de Cr$ 1.695.000. A Lusa da Ilha do Governador abriu o placar, aos 21 min utos, mas Lorico, aos 51. Célçio, aos 62, e ele (Telê Santana), 72, liquidaram a conta. O time foi: Gainete; Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Telê, Mário, Célio, e Danilo Menezes.