Ao ensejo da reunião do Conselho Deliberativo do Vasco da Gama, a se realizar nesta noite, o Grupo Identidade Vasco reafirma o seu inarredável compromisso com a proposta de eleições diretas da Diretoria Administrativa do Clube, atendendo ao mesmo tempo ao justo e antigo anseio de sócios e torcedores, e à necessidade de democratização do processo eleitoral, sobretudo agora quando o quadro social registra a adesão de quase 150.000 novos sócios torcedores.
Reafirma também, e com igual veemência, o seu apoio à aprovação da reforma do Estatuto Social e, dentre as três propostas a serem apreciadas nesse item, opta com absoluta convicção pela de nº 2, que estabelece a aprovação imediata da reforma, postergando para 2023 a vigência das normas eleitorais e de elegibilidade, medida que visa salvaguardar as candidaturas ao pleito de 2020 e, sobretudo, não frustrar as expectativas dos novos sócios quanto ao exercício de voto na mesma ocasião.
Aprovar a reforma do Estatuto é colocar o Vasco da Gama na vanguarda e prepará-lo para as próximas décadas, mercê das regras de gestão, governança, responsabilização dos dirigentes e transparência no processo eleitoral. Torna inelegíveis os dirigentes que tiverem contas reprovadas ou que forem afastados por irregularidades; impõe a renúncia aos cargos de direção àqueles que pretendam disputar mandado eletivo nas eleições gerais; garante publicidade e transparências aos dados econômicos e financeiros; define com clareza o que são atos de gestão irregular e sujeita, os que neles incorrerem, à responsabilização pessoal e patrimonial, com possível inabilitação e inelegibilidade. Enfim, o novo Estatuto incorpora mecanismos de controle e responsabilização que constituem salvaguarda contra atos de gestão temerária, motivada por conveniências pessoais e que tem no interesse do Vasco apenas um meio de retórica e propaganda.
Entende o Grupo Identidade Vasco que não há melhor momento para a aprovação da reforma estatutária. O texto nasceu da salutar divergência entre os principais grupos políticos, representados na comissão redatora, divergência que, não obstante, resultou ao final na aprovação unânime do texto que será apreciado. Foi um trabalho que consumiu quase dois anos e exigiu uma dedicação e empenho invulgares de todos que se dispuseram a dar a sua colaboração.
Então, é de se indagar: Porque muitos defendem a não aprovação e outros a postergação para 2023? Porque o que é bom hoje, só deve começar a valer naquele ano? É evidente que essas posições não vão de encontro ao interesse do Clube, servindo puramente a conveniências políticas e de perpetuação de poder.
Sim, porque postergar a aprovação do Estatuto é permitir que a façam no futuro sem as salvaguardas que balizaram o trabalho de elaboração do projeto a ser apreciado, assentadas na divergência e na polarização, ambas ditas no sentido salutar e não pejorativo, porque garantiram a aprovação de um texto a partir de pensamentos e posições antagônicas. Postergar essa medida para o futuro é correr o risco de que venha a ser feita não em defesa dos interesses do nosso Clube, mas no da conveniência política dos dirigentes de então.
Há melhor momento para aprovar a reforma estatutária? se a resposta for de boa-fé, certamente que não.