Sobre o Virtual Rebaixamento: É preciso dar nome aos bois
O que será do Vasco? pergunta quase todo vascaíno. Mais do que o trágico 4º rebaixamento, dói a falta de horizontes. Nesse momento de imensa tristeza escrevemos para provocar um debate sério, sem o qual não sairemos desse ciclo de derrotas.
Em primeiro lugar, é preciso, inevitavelmente, dar nomes aos bois. Quais foram os responsáveis pelo novo rebaixamento?
O primeiro responsável é, sem dúvida, o Sr. Alexandre Campello, um vaidoso incompetente, que deveria ter saído do Clube ainda em 2018 com a convocação de uma nova eleição.
Com apenas três meses de gestão nós, do Grupo Identidade Vasco, rompemos com Campello por identificar o rumo desastroso de quem, desde o início, não cumpria qualquer dos compromissos assumidos de eficiência e transparência.
Mas Campello foi sustentado no poder por Jorge Salgado e Júlio Brant, coalizão que agora assumiu o clube, de forma ilegítima. Sendo, portanto, também, grandes responsáveis.
Além de impedirem durante 3 (três) anos o afastamento do Sr. Campello, ao assumirem o Vasco, com salários de jogadores e funcionários atrasados, era necessária uma resposta assertiva. Ao contrário disso, a declaração, do próprio presidente ilegítimo, de que o caixa estava vazio e que o primeiro dinheiro que entrasse serviria, não para pagar os salários de jogadores e funcionários, mas para forrar seu próprio bolso, como “ressarcimento” de um suposto empréstimo, caiu como uma bomba entre os atletas.
Aconteceu, então, o inevitável. O elenco passou a jogar como todos viram. O Vasco, quando a coalizão Salgado/Brant assumiu, estava em 15° lugar com 35 pontos. Foram, desde então, 6 jogos e, portanto, 18 pontos em disputa, dos quais só conquistamos 03.
A verdade é que a coalizão Jorge Salgado/Júlio Brant é, na prática, uma continuidade da gestão Alexandre Campello. Tanto que Salgado manteve como vice de futebol o ubíquo “Zé do Táxi”, especialista em rebaixamentos (o de 2015), e para presidência do Conselho de Beneméritos apoiou outra figura de proa da gestão Campello e também especialista em rebaixamentos (o de 2013), Antônio Frutuoso Peralta, entre outros membros que migraram da antiga a atual gestão.
Peralta e Zé do Taxi são isso aí, enquanto outros brigam, eles sempre estão no poder no Vasco, com resultados catastróficos.
E Jorge Salgado também é isso: omissão, indecisão e camaradagem com os seus. Política do compadrio. Se ainda fosse um presidente legítimo, ajudaria, mas não é.
Um presidente ilegítimo que jogou no lixo o voto de quase 3.500 vascaínos, vindos de todos os cantos do Brasil, e apoiado neste ato vil pela Sempre Vasco do senhor Júlio Brant, que ainda tem a desfaçatez de soltar nota falando em fraude. Sobre fraude, aliás, muitos integrantes da Sempre Vasco podem falar de cadeira, porque respondem na justiça e no Tribunal de Contas a diversas acusações de desvio de verba pública na Casa da Moeda e na Prefeitura do Rio, ou em processos por falsidade ideológica.
Resumindo: o Vasco é comandado por pessoas que participaram, direta ou indiretamente, da gestão Campello e dos 4 rebaixamentos. E agem como se não fosse com eles. Mas alguém precisa dizer: vocês levaram o Vasco a essa situação, vocês são os responsáveis!
Recordar é viver
Vamos para 2019, Júlio Brant era franco favorito nas eleições. Nós, do Identidade Vasco, procuramos a Sempre Vasco para firmarmos um pacto pelo Vasco.
A agenda era curta, mas ousada: aprovar eleições diretas dentro dos marcos de um novo e moderno estatuto. O momento de crise profunda era propício para mudanças radicais, que em tempos normais dificilmente passariam no Conselho.
E estávamos certos.
Tudo caminhou bem, um novo Estatuto foi aprovado por ampla maioria no Conselho Deliberativo. Um estatuto moderno que trazia a eleição direta, que obrigava o gestor à transparência nas contas e nos números do quadro associativo. Um Estatuto que PACIFICARIA o Vasco.
Aqui entramos num ponto importante. Qual era e ainda é, historicamente, o grande problema da política vascaína? Problema que rende histórias cômicas (se não fossem trágicas): A questão do cadastro de eleitores.
Não é a disputa política em si, isso todo grande clube tem. O problema do Vasco era e é a certeza de que, quem está no poder, pode livremente manipular a listagem de sócios votantes e elegíveis. Quem está na oposição, portanto, tem reduzidas chances de vencer a disputa. Essa é a causa de tanta instabilidade, de tanta judicialização, com danos enormes, para quem quiser ver.
Nas últimas reuniões do Conselho Deliberativo para aprovação do novo Estatuto, todavia, notamos movimentos estranhos de setores que antes eram aliados da Sempre Vasco, de pessoas que participaram da gestão Campello.
Esses setores promoveram um “racha” no apoio a Júlio Brant, ressuscitaram e lançaram Jorge Salgado (que estava lá quieto, omisso, quase nem aparecia no Conselho) e, inexplicavelmente, fizeram oposição violenta ao novo estatuto.
Quais as razões pelas quais certos personagens “racharam” com a Sempre Vasco e criaram a Mais Vasco? Teoricamente, tinham a eleição nas mãos. Não sabemos, assim como ignoramos por que ficaram contra o novo Estatuto, não há um único argumento decente.
Uma explicação plausível para o “racha” aponta que pesquisas internas revelavam a fragilidade do suposto favoritismo do Brant, que sofria grande rejeição por parte importante dos sócios eleitores, como, aliás, as urnas comprovaram. Desta forma, o “racha” seria uma estratégia eleitoral: com Salgado sendo apenas a face de uma mesma moeda, um Brant sem a rejeição, mas com propostas e interesses idênticos.
Mas, depois desse “racha”, os acontecimentos políticos no Vasco tomaram uma proporção insana e institucionalmente suicida, até difícil de explicar logicamente.
Primeira sandice foi que a Sempre Vasco também passou a lutar contra o Estatuto que eles tinham aprovado!! Participaram das discussões, tiveram todas as suas emendas incluídas e depois fizeram o que fizeram. Júlio Brant mostrou aí, definitivamente, seu tamanho verdadeiro, minúsculo.
Mas, apesar do “racha”, Sempre Vasco e Mais Vasco atuaram juntos com o nefasto presidente da Assembleia Geral, Faues Cherene Jassus, o Mussa, e transformaram o Vasco numa casa de tolerância sem regras.
Nem vamos tratar da atitude sorrateira do Sr. Mussa de não colocar em votação o novo estatuto, apenas lembrar que ele, com apoio da Sempre Vasco e da Mais Vasco, bagunçou completamente a eleição geral do Vasco.
Queria na marra fazer uma votação on line, que o estatuto atual não prevê, e com empresa que ele pessoalmente contratou (L’Vasco c’est moi, diria Mussa I), sem tempo para que houvesse uma auditoria e sem nunca entregar a listagem de quem estava apto a votar na tal eleição on line.
Não, torcedor, no Vasco as coisas nunca são simples, ninguém teve acesso à lista de votantes on line, só o Mussa e, muito provavelmente, seus aliados. Ninguém sabe se era igual à listagem da legítima eleição do dia 07/11/2020.
O cidadão tem mais de 80 anos, é benemérito do Vasco, mas foi incapaz de agir com o mínimo de imparcialidade que o cargo exige.
Como sabemos, a legítima eleição presencial ocorreu em 07/11/2020 e quem compareceu a São Januário pôde constatar que foi uma eleição limpa, da qual todos os candidatos participaram ativamente. As redes sociais guardam as manifestações de Jorge Salgado e Júlio Brant pedindo que os torcedores fossem votar, porque a vitória seria certa.
Acontece que Jorge Salgado e Júlio Brant PERDERAM, EM TODAS AS URNAS, exceto na urna dos anistiados. Tentaram melar a eleição, por meio do sempre prestativo Sr. Mussa, com uma liminar completamente absurda no STJ, como a criança mimada que é dona da bola e não aceita perder.
Essa liminar, depois cassada no próprio STJ, justificou a farsa de 14/11/2020, da qual não participou o candidato vencedor do dia 07/11/2020.
Não vamos aqui debater a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que validou a eleição do dia 14/11/2020, ainda que discordemos veementemente dela, mas o 4º rebaixamento tem também origem nesses absurdos, dos quais os responsáveis são Jorge Salgado, Júlio Brant, Zé do Táxi, Antônio Peralta, Mussa, e outros personagens tão pequenos quanto.
Fizeram do Vasco um nada e o time, em campo, refletiu esse vazio.
Choca, ainda, o papel acrítico de setores da imprensa que compraram as versões mentirosas do trio Salgado/Brant/Mussa e não se deram o trabalho de ouvir todas as partes e de fazer a simples tarefa jornalística de checar fatos.
Desinformaram os vascaínos e deram legitimidade àquela farsa do dia 14/11/2020, que ousaram chamar de eleição. Clamávamos por um jornalismo investigativo sério, algumas horas de simples leitura de documentos, todos públicos, e do Estatuto do Vasco, seriam suficientes.
Sinceramente, não queríamos escrever isso, estamos exaustos de brigar com outros vascaínos. A Torcida do Vasco está muito cansada e, pior, alguns descambando para a indiferença, até como estratégia para diminuir o sofrimento. E a indiferença é a morte.
Mas ainda temos esperanças e não vamos abandonar a briga, não precisamos de vagas no Conselho ou de cargos no Vasco, nunca precisamos.
Mesmo convictos de que a eleição do dia 07/11/2020 foi legítima e deve ser restabelecida, o Vasco não pode esperar pelo Judiciário.
O Clube precisa urgente de nova eleição, que legitime o eleito sem contestações, seja ele quem for. ELEIÇÕES JÁ! LEGITIMIDADE PARA QUEM VAI COMANDAR O VASCO!
Uma coisa é certa: desistir do Vasco jamais! O Vasco, mais dia, menos dia, reencontrará o seu destino.
22/02/2020
Identidade Vasco
O Vasco é a nossa Identidade