O IDENTIDADE VASCO É CONTRA A SAF
O Vasco se construiu nos subúrbios, longe da ribalta de um imaginário Rio de Janeiro encantador que existia na mente de cronistas que olhavam só para um lado da cidade. Dos subúrbios do Rio de Janeiro o time se espraiou pelo Brasil, na marra, não por condescendência ou favoritismo, mas pela força dos seus grandes times e ídolos.
Cariocas e fluminenses como Jaguaré, Russinho, Danilo, Roberto, Romário, Edmundo, Felipe, Pedrinho, mineiros como Mazzaropi e Euller, gaúchos como Tesourinha e Mauro Galvão, alagoanos como Ipojucan, capixabas como Geovani e Carlos Germano, paulistas como Barbosa, Pinga e Juninho (o paulista), pernambucanos como Ademir, Vavá, Almir, Juninho, Zé do Carmo... tantos outros...
Somos a Resposta Histórica, fizemos São Januário, continuamos imensos, nossa história é a parte mais bela da história do futebol brasileiro, com destaque, mas sempre escondida, havendo até vascaínos que a desconhecem ou a menosprezam.
Parece que agora, finalmente, contarão em filme a epopeia dos Camisas Negras de 1923. Se for verdade e o projeto vingar, torcemos para que seja exitoso, pois merecedor é, até com atraso. Precisou de um artista como Lázaro Ramos e de um Brasil com mentalidade nova, que não conseguiram deter, mesmo tentando, um Brasil que quer conhecer a história verdadeira do seu povo, não dos poucos dos salões, mas dos muitos das periferias urbanas e rurais.
O trágico é que para o Vasco, o protagonista, talvez seja tarde.
Dando um salto histórico e encaminhando para o objetivo do texto, em 2011 foi decretado o fim do Clube dos 13, que era imperfeito, sim, mas que permitia maior igualdade nas cotas de televisão entre os clubes com maiores torcidas, ainda que não valorizando os resultados esportivos e deixando muitos clubes regionalmente fortes com apenas um naco dos valores pagos.
O que veio depois, contudo, foi muito pior, a espanholização do futebol brasileiro, com Flamengo e Corinthians muito à frente dos outros, mesmo de São Paulo e Palmeiras. Do Vasco então, nem se fala, mesmo sendo um clube enorme, mas sediado em uma cidade e em um Estado economicamente decadentes, onde os poucos donos do dinheiro cerraram fileiras em torno do Flamengo, sempre um privilegiado na mídia dominante.
O fim do Clube dos 13 teve apoio decisivo do Vasco, um erro histórico gravíssimo, e a diretoria daquela época era composta pelos mesmos quadros, basicamente as mesmas pessoas, enfatizamos, que hoje dão as cartas no Vasco, que golpearam o clube na eleição de 2020 e que agora nos impõe a SAF como única alternativa para o caos que eles mesmos criaram.
Vão entregar o Vasco, o mais brasileiro dos clubes, para uma empresa estrangeira novata, sem histórico algum, sem donos ou objetivos conhecidos.
Desrespeitam a história do Vasco, esculhambaram a institucionalidade do Clube e agora vendem a “terapia de ozônio”, a “cloroquina”.
O Identidade Vasco não busca “abrigo no passado glorioso”, conhecemos a realidade do futebol, conhecemos a situação do Vasco e dizemos com todas as forças que essa SAF, pelo menos essa SAF, não é a solução, lucro não combina com títulos, os clubes atualmente dominantes do futebol mundial e brasileiro, cada um com sua realidade específica, não são lucrativos.
O futebol precisa ser repensado, em sua estrutura e financiamento, certamente, mas o Vasco está aderindo a um modelo que o relegará, no máximo, ao papel de coadjuvante, o que não aceitamos.
O Vasco tem força e tamanho para se levantar sozinho, para ser novamente pioneiro e puxar um movimento pelo afastamento dos urubus que querem fazer do futebol um arranjo servil onde lobos e cordeiros estarão bem definidos. Essa diretoria ilegítima, as mesmas pessoas que cometeram o crime esportivo em 2011, já escolheu o papel para o Vasco.
Esta SAF, como tal, é um crime, e deve ser denunciada!
IDENTIDADE VASCO!! O VASCO É A NOSSA IDENTIDADE.