Um veterano e respeitado jornalista, com colunas nos principais jornais do Brasil, certa vez escreveu que em boa parte dos casos a única informação verdadeira em um jornal é a data. E isso que, no tempo em que ele escreveu tal frase, o jornalismo pátrio não tinha chegado a este atual grau de degenerescência.
Para quem não sabe, o jornalismo brasileiro é motivo de piada mundo afora, por sua evidente parcialidade e falta de critérios objetivos.
Todos estes defeitos pode se constatar lendo a matéria que o jornalista Gilmar Ferreira publica nesta segunda-feira (3) no jornal Extra. Leia a matéria neste link.
No texto, o jornalista não elenca fatos que permitam ao leitor ter elementos para formar uma opinião própria. Ele mesmo, Gilmar, forma uma opinião, baseada em ilações, e busca transformá-la em verdade absoluta, impondo-a ao leitor.
Os fatos são: a diretoria administrativa do Vasco solicitou ao presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, a convocação de uma reunião do C.D. no menor espaço de tempo possível para voltar a discutir sobre a autorização para a contratação de um empréstimo.
O presidente do Conselho Deliberativo, atendendo a tal pedido, convocou, no menor espaço de tempo possível, a tal reunião, conforme havia sido solicitado, e que seria realizada neste dia 6 de setembro (quinta-feira).
Talvez porque a data da reunião coincidisse com um jogo do Vasco, talvez porque era véspera de feriado, ou mais provavelmente porque o Conselho Fiscal continua sem receber esclarecimentos sobre o empréstimo, a Diretoria Administrativa pediu o adiamento da reunião ao presidente do Conselho Deliberativo e a marcação da mesma em outra data, o que já está sendo prontamente providenciado.
Ao mesmo tempo, sites vascaínos noticiam que o presidente da Assembleia Geral, Faues Cherene Jessus, ligado a Júlio Brant, pediu ao presidente do Conselho Deliberativo que marque uma reunião extraordinária para que este poder do clube analise as condições para um possível aporte financeiro no Vasco, que seria feito por um fundo de investimento, solicitação que ainda não chegou oficialmente ao presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro.
Destes fatos o jornalista Gilmar Ferreira conclui, sem apresentar nenhuma evidência que sustente a conclusão, que Júlio Brant e o Roberto Monteiro estão unidos para desarticular a gestão Campello, "lançando mão das mais sórdidas artimanhas jurídicas e comerciais na busca pelo poder", e que o pedido de Feres Mussa - pedido que até agora só existe virtualmente, pois nada se sabe de oficial - é apenas uma "cartada".
Coincidentemente, esta versão de Gilmar Ferreira é a mesma que o próprio Campello está espalhando por São Januário em sua eterna estratégia de vitimização.
Na matéria do Gilmar não falta uma única linha que não esteja sendo dita por Alexandre Campello nos corredores da colina sagrada.
Tão grande coincidência nos faz perguntar se Gilmar Ferreira continua ou não sendo remunerado pelo presidente. Para quem não sabe, este jornalista foi contratado para trabalhar profissionalmente durante a campanha presidencial de Alexandre Campello pela Frente Vasco Livre. Continuaria ele prestando serviços de assessoria ao presidente?
Se a resposta for positiva, revela um grave conflito de interesses, quando o dever de transmitir a informação de forma isenta é subordinado a outras questões. Alguém até poderia dizer que Gilmar precisaria desesperadamente que o Conselho Deliberativo aprove o empréstimo para que seu "pro labore" seja colocado em dia por Campello.
Se a resposta for negativa é apenas mais um caso de jornalismo de esgoto.
Outro ponto interessante é que nas constantes notas de Gilmar Ferreira, Roberto Monteiro e o Identidade Vasco ora são unha e carne com Eurico, já em outro momento, são unha e carne com o Brant, e esta engenharia oportunista é construída sempre na tentativa de arranjar culpados que livrem a cara de quem deve responder pela gestão.
O Identidade Vasco já mostrou, na prática, que: 1) Não tem apego a cargos, 2) Só tem compromissos com o que julga ser melhor para o Vasco e assim seguirá pautando sua posição.
Esta atitude do Identidade Vasco é apenas a nossa maneira de ver as coisas. Aqueles que mudam de opinião de acordo com o vento político, por vaidade, ou pelo peso das carteiras recheadas, fiquem à vontade para seguirem neste caminho, só não terão a nossa companhia. Achamos isso sórdido.
Identidade Vasco
O Vasco é a nossa Identidade
3/9/2018